segunda-feira, 24 de abril de 2017

Àquele Sorriso ( Por Isnard Lima)

Sinto um leve tremor nas mãos. Não sei porque essa ânsia boba de te escrever. Não gosto de ser fútil. O fútil me deprime. E tenho a impressão de que estou sendo.Isso é terrível.
Escrevo sabendo que vais me ler. Saberás que sou eu. Entre todas as outras, e várias passaram por mim, foste a escolhida. Foi a madrugada que me trouxe essa vontade. O silêncio da noite, as estrelas no céu...Notaste o verão? foi ele, também. Verão que tanto amo: que às vezes faz poesia em teus cabelos, de mistura com o vento.
Lembro teus olhos castanhos e o porte de manequim. Não me esqueço de tua voz, nem das mãos, brancas e lindas.
Por tudo isso é que existe um soluço enorme, ao redor. Soluço cansado de correr o mundo. Parou pelos bares, andou nas esquinas e, agora,retorna. Eu me vejo neste soluço. Enxergo-me, até. Não sei quando ele me abandonará. Mas, de tudo aquilo que passou, resta uma ternura adocicada. E, onde estiveres, sorrirás de leve, lá no íntimo, aquele sorriso tão teu. Sorriso que me fez ver miríades de estrelas, dentro das noites mais escuras.

* Publicado no livro "Malabar Azul", p. 56.
Amor por crônicas, contos e poesias dos mais que talentosos modernos poetas do Amapá.
<3 

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