quinta-feira, 21 de julho de 2016

Hoje não!

Tenho perdido a vontade de escrever, confesso.
Talvez seja só uma fase. Ou uma insônia.
Mas, esse já foi o meu grande sonho: matar essa lua que não dorme, ser mais polida, discreta, amena e funcional.
Quem sabe? (Quando dos livros só me restarem a estante e não a ávida  curiosidade por ler e reler tudo que me achega, quem sabe¿ Quando não me emocionar mais com uma canção nova, com gente inteira, com a desgraça ou esplendor alheio...)
Tudo parece tão clichê: O tal museu de grandes novidades, do Cazuza.
A geração anestesiada.
O tédio habitual da rotina amorfa dos dias – algo que tenho pouco, pois mais me parece coisa de mentes preguiçosas.
Então, vontade de escrever algo maneiro:


Co


Xi

Nha

Nhac!

Engulo uma em plena madrugada, enquanto penso no colesterol e todas aquelas coisas que ameaçam matar de morte matada, enquanto planejo fugir! Isso mesmo- fugir! Para Pasárgada. Céu ou taverna dos poetas.
Queria escrever que eu não sou daqui, que meu sorriso é sincero embora cínico e umas tantas outras verdades que já foram escritas e não precisam de outras para se bastar. Não preciso nem mesmo do esforço do pensar, para isso: Geniais, esses caras que nasceram antes de mim. Eles tiveram a esperteza de nascer  antes, puderam escrever sem serem atacados pela obviedade.
O mundo esta óbvio demais. E reclamar dessa obviedade, tanto quanto.
Cheio de gente purista ou moderna,
Nude ou démodé,
Machista ou feminista,
Luz ou escuridão...

Preguiça mental de tanta dualidade.

Pirados,humanos tão adulterados quanto gasolina: álcool,tabaco, fluoxetina.
Há tempos,joguei todas as pílulas na privada e decidi sentir e respeitar meu corpo. Até  torcicolo. Matei a hipocondríaca que me habita. 
Ignorei a doença da modernidade, que quer liquidificar sentimentos em substâncias. E nessa de sumir com umas e outras de mim, ainda faltam a psicopata, a dramática, a palhaça, a pudica, a sonhadora, a redatora, a poeta, a feiticeira, a menininha, a otimista inconteste...
Ah, falta muita gente.
E falta essa lua que não dorme e se recusa a me deixar dormir, vez ou outra.  Nem sempre fã de originalidade, ela gosta das palavras sempre ditas.  E escritas. A exemplo de "Te amo": ô coisinha mais repetida no disco riscado da humanidade! Tanta gente já escreveu, 'poemou', cantou, pirou, aportou e profanou!  
Mas, não 'tô' de insônia criativa ou reflexiva, então, vou apelar: encerrar este texto com um sonoro NÃO: Como Frejat, nada de  "te amo".
E como Drummond: “Hoje não escrevo”.


(Vivas a Drummond e Frejat
Enquanto sinto o ócio de existir! o/) 




Um comentário:

  1. Oi Jaci,
    Fiquei feliz de te ver no meu blog =)
    Quanto ao texto,confesso que também acho um saco essa coisa das pessoas serem radicais demais e defenderem suas opiniões de um jeito que beira o irracional.Hoje em dia é todo mundo tão dono de tudo e tão cheio de milhares de verdades que nós que queremos falar de simplicidade nos sentimos meio perdidos.
    Eu não tenho que estar aqui ou ali e odiar quem não faz parte disso,só quero ser eu mesma,com dúvidas,o que sei e o que não sei,e tudo bem.
    Abraço =)

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