Hoje lí em um blog de um poeta nacionalmente conhecido algumas considerações a respeito da música "Querido Diário", do Chico Buarque. Resumidamente,tratou-se de uma pequena resenha crítica em torno de uma única estrofe da música, "AMAR UMA MULHER SEM ORIFÍCIO", trecho este que a revista Veja considerou o pior verso da MPB do século XXI.
Juro, eu nem ia postar no blog hj, eu tento me livrar desse negócio de escrever, mas em pleno dia de trabalho pus-me a ouvir mais uma vez a tal da letra, pq toda poesia,independente se de Chico(que fique claro isso), merece um segundo olhar.
Longe de qualquer olhar "apaixonado", pq aprecio Chico,mas não gosto da idéia do apoio 'irrestrito', eis o meu olhar sobre a letra.
Acredito que tudo seja contexto. Com Chico e sua genialidade para composição então,nem se fale! “Querido diário” parece-me uma digressão,cujo poeta,na verdade, desabafa indiscriminadamente angústias,o que aliás, é confirmado pelo TÍTULO da música.
O “Amar uma mulher sem orifício” da letra não pareceu-me uma máxima,um conselho,ou algo do tipo. No contexto da estrofe,mais pareceu-me uma crítica a este pensar, inclusive.Incluindo-se aí, a crítica religiosa (Ha Chico fdp).E mais, acredito que o termo ‘orifício’ talvez tenha sido empreendido mesmo com este objetivo, o de gerar o choque, a indignação...que,para a (in) compreensão, é um passo.
Juro, eu nem ia postar no blog hj, eu tento me livrar desse negócio de escrever, mas em pleno dia de trabalho pus-me a ouvir mais uma vez a tal da letra, pq toda poesia,independente se de Chico(que fique claro isso), merece um segundo olhar.
Longe de qualquer olhar "apaixonado", pq aprecio Chico,mas não gosto da idéia do apoio 'irrestrito', eis o meu olhar sobre a letra.
Acredito que tudo seja contexto. Com Chico e sua genialidade para composição então,nem se fale! “Querido diário” parece-me uma digressão,cujo poeta,na verdade, desabafa indiscriminadamente angústias,o que aliás, é confirmado pelo TÍTULO da música.
O “Amar uma mulher sem orifício” da letra não pareceu-me uma máxima,um conselho,ou algo do tipo. No contexto da estrofe,mais pareceu-me uma crítica a este pensar, inclusive.Incluindo-se aí, a crítica religiosa (Ha Chico fdp).E mais, acredito que o termo ‘orifício’ talvez tenha sido empreendido mesmo com este objetivo, o de gerar o choque, a indignação...que,para a (in) compreensão, é um passo.
“ Hoje pensei em ter religião/ De alguma ovelha, talvez, fazer sacrifício
... Por uma estátua ter adoração / Amar uma mulher sem orifício”
Claro, foi um risco talvez não bem calculado pelo poeta, ou talvez calculado.E,como toda opinião tem sua dose de parcialidade, eis a minha: Apreciei "Querido diário", não estou nem aí para a crítica vazia da revista VEJA ( que aliás, considerou o verso o pior da MPB do século XXI com base em quê,mesmo? não ví análise,nem enquete,não vi nada), e continuo achando que existem mtas outras coisas a se criticar na figura pública Chico Buarque que exatamente suas poesias. Sua irmã no Ministério da Cultura, seus apoios para o lançamento do novo Cd e por aí vai... (por exemplo). A questão é: Será que o artista Chico não está sendo olhado pelo político? Afinal, a Veja é a Veja.
E vou mais longe: O pior verso da MPB ser considerado do Chico é um ABSURDO. Não pq o cara não mereça ser criticado (que isso é coisa de pseudo), mas o façamos com nossa dose de conhecimento poético, literário, libertário - libertos de paixões políticas.
Precisamos de visões mais neutras, de poetas mais desprendidos de visões mesquinhas, que isso empobrece a poesia, e nos tira o olhar mais macio...do próprio Chico,na letra. ;)
e, como o texto no CONTEXTO é sempre muito melhor...na íntegra,como deve ser...
"Querido Diário (Chico Buarque)"
'Hoje topei com alguns conhecidos meus
me dão bom dia cheios de carinho
dizem pra eu ter muita luz, ficar com Deus
eles têm pena de eu viver sozinho
Hoje a cidade acordou toda em contramão
Homens com raiva, buzinas, sirenes, estardalhaço
De volta a casa na rua recolhi um cão
Que de hora em hora me arranca um pedaço
Hoje pensei em ter religião
De alguma ovelha, talvez, fazer sacrifício/
Por uma estátua ter adoração
Amar uma mulher sem orifício
Hoje afinal conheci o amor
E era o amor uma obscura trama
Não bato nela, não bato nem com uma flor
Mas se ela chora desejo me inflama
Hoje o inimigo feliz veio me espreitar
Armou tocaia lá na curva do rio
Trouxe um porrete e um porreta pode me quebrar
Mas eu não quebro não... Por que sou macio, viu?'
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