O segundo é mesmo precário, João:
Ou pula no trem da emoção
E vai, seguir e viver a viagem
Ou fica na Estação e, de antemão
- Aceita a paisagem.
E a vida é mesmo louca, João
Os dias não correm no contar da mão
O sol deita e levanta, mas o tempo de verdade
é muito mais complexo
E, no centro da sala
Bethânia ecoa Caetano: 'Quem não é Côncavo não pode ser Reconvexo...'
E não importa que a poesia deite e role, João
A gente se perdeu sem se ganhar
E o afeto que fica
é pouco para o que se tinha a partilhar
E não importa qual a senha, não há tanto segredo assim
Afinal, tudo que havia cabia na porta do olhar
No verbo não dito
Guardado dentro de mim.
E, ao fim, bem na curva do sol,
Somos mesmo ganhadores!
Em uma estranha equação
A gente se perdeu no mesmo trem, no mesmo ritmo
E no mesmo vagão.
#
Obs1: O final deste poema tem clara inspiração em um poema da linda Maria Ester, aliás um poema que amo, o 'Desencontro', que diz ''O destino/ Quis que/Nos perdêssemos/ Na mesma vida/ Na mesma vibe". Porque poesia chega em nós e nos transforma. :D
Obs2: Sempre quis fazer um poema tendo por inspiração o nome 'João', claramente porque 'Comentários a respeito de John' segue como uma das músicas da minha vida, desde muito antes do tempo ser tempo, nesta internet.
Mas faltava o ''quê'' que une a palavra ao poema.
Ouvi uma conversa,senti uma emoção. Não falta mais.
LUZ!
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