quarta-feira, 27 de julho de 2022

Movimento







Sem tanta pressa
Que não possa apreciar as borboletas amarelas 
Que trazem o verão
Sem tanto ócio

Que não mova os passos em busca da próxima estação...

A vida, todos sabem, já disse o Poeta
Pede coragem
As folhas caem, levam o ontem
Nascem novas flores sob antigas paisagens...

Afinal, somos assim: 
Pedaços que findam e reconstituem em novo néctar e raiz
Por isso é tão profunda e simbólica
A beleza de uma cicatriz

Se tudo em nós renova e refaz
Se somos o ontem que se desfez e refez
Uma cicatriz é a constituição física
Da ferida que doeu e não dói mais...

É a lembrança de que somos fortes
- Muito mais talvez do que possamos imaginar-
Porque a tudo que antecede a dor
Há uma certeza: 

O dom de sarar.

Enquanto isso
Alheias à humana condição
Borboletas amarelas dançam
Festival  Equatorial de Dourada beleza

Benção do Verão...

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