Aquela máquina de Digitar afetos
Nunca mais escreveu a palavra "Meu amor"
Por onde andas,
Afinal?
Verbo que é cheiro
Quanta falta tu faz em meu jardim...
Nem sempre fui assim, tão dislexa à paixão
Já fui mais atenta ao meu próprio coração
Mas a vida é assim,
Depois que passei a usar relógio
O tempo caçoa de mim:
- Faz com que tudo tenha exíguo começo, meio e fim -
É que o amor não cabe no curto espaço de 24 horas
isso aos poucos, creia,
A tudo devora -
E apavora
Mas... acalma, Coração
- Quem sabe ainda temos
Uma eternidade a mais
Na próxima Oração -
Quem sabe a gente se tropece
Em meio ao burburinho de um café
Quem sabe aquele velho ditado (Clichê)
Ainda esteja de pé
Ah! Incerta beleza de existir.
O verbo futuro é ingrato
Descumpridor nato
De
quem achamos que seremos...
Faz tempo que não chove em Macapá
Mas o Equador vira água num súbito instante!
Quem sabe a vida seja assim: de se sentir o sabor
E agora, sob o intenso calor,
Me demoro a tentar compreender
O porque essa máquina (de bater)
nunca mais digitou a palavra
"Meu
amor"...
Nenhum comentário:
Postar um comentário