O
amor apaixonado é
coisa mesmo bem cliquê: apelidos, ligações, conexões inexatas,
taquicardia
tola. Ninguém é elegante, brilhante, apropriado e cordato amando apaixonadamente...os amantes são piegas, nessa "modernidade tardia" que a tudo acelera, queima, congela, o amor é coisa para "cafonas". Você lembra?
É que no amor apaixonado
tudo é transbordado: saliva, suor, lágrimas...
Aquelas coisas simples,
que mais pareciam detalhes para o dia ser preenchido, passam a ter uma
significância maior e, muitas vezes, o apaixonado sente-se um tolo. A este
respeito, o poeta português Fernando Pessoa conjecturou com enorme precisão que
“todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem
ridículas”.
De fato, nenhum escrito ou ato no amor apaixonado deixam de passar
à “ridicularidade” um tom de graça e doçura. Quem não acha um charme uma boa
comédia romântica? Quem nunca vivenciou as tolices e medos de uma paixão?
Mas há que se observar
que, num mundo de “sensatos” e “polidos”, apaixonar-se é um ato de fé na arte
que a vida representa: na doação e partilhamento para além de sorrisos e
beijos, tão comum nos relacionamentos “fast-food”, modernamente tratados como
símbolos de “independência emocional”. Será?
É a doação de pedaços
não partilháveis, que Vinicius de Moraes fez à sua bem-amada como sendo do
segundo que nasceu ao instante da partida. Uma equação com variáveis que não
alcançam à matemática:
Um
casal apaixonado é um enfeite para a vida.
Um mistério que
transcende a explicações científicas, aos hormônios e necessidades evolutivas tão
preconizadas por cientistas para explicar o arroubo, o “ar roubo” de ar dos
pulmões. Afinal, já disse Renato Russo: “E
quem irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?”
Aliás, amo olhar
casais: seus trejeitos, a intimidade que os coloca em uma “bolha”, a forma como
possuem aquela rara ligação de “reconhecimento” e percepção do outro, que os
isola ao mesmo tempo em que os “exala”. O
coração que vai para os olhos de alguém quando ama apaixonadamente é de
comover. Ou melhor:
de LO(u)COMOVER.
Então, eu desejo a você...que
você tenha a quem amar. E que, como ‘desejou’ Victor Hugo... sempre exista
dentro de sua emoção: amor pra recomeçar.
Aliás, se eu puder 'desejar' algo à você é: Descomplique. Permita-se. Arrisque. Recomece, comece, refaça. FAÇA. Ou relaxe, que o amor aparece nas horas mais inesperadas, naquelas em que você estava numa torre, esperando um príncipe (ou princesa), e é resgatado por...
Um alguém tão imperfeito quanto você.
Numa imperfeição de mover: Sua vontade de ser e viver bem melhor. Num encontro que une as precariedades e singelezas - porque ainda estamos no mundo, precários e ávidos...pelo quê,mesmo? ;)
Loucos? Santos?
Absurdos? - Questão de enfoque. Ou
melhor, de toque. Clarice, quando falou de si, tratou que tudo é uma questão de
toque. No amor e na paixão, também: “Ou
toca, ou não toca”.
É aí, que tal deixar a vida escolher tocar a canção do
teu dia? ;)
P.s: ...como uma mensagem em uma garrafa ou um bilhete esquecido, quiçá uma carta que não chegou: Obrigada por tudo isso aí....algo único. Sempre vou te amar, meu coração. <3
Amo-te!
ResponderExcluirE eu a ti. Tu sabes,né? <3
ResponderExcluirMas para reforçar...amo você! ;)
Que lindão, Jaci. Eu que ando tão coisada nos últimas dias fiquei emocionada. :)
ResponderExcluirBejocas!
Rebecca...obrigada! Elton tem por ti uma grande amizade...e o meu olhar para ti, com isso, fica ainda mais bonito. Todo mundo tem um instante de "guerra" e outros de "paz" com o amor. E outro 'coisado'...faz parte. rs. Que bom que o texto te trouxe o sopro de "outros ares". Que os ventos que vieram se aproximem, se acheguem, permaneçam.
ResponderExcluirBeijo! :)