quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Apenas sigo...




 Eu não me perderia por nada, meu bem
Esse muito muito doido ainda não me ofereceu valor
A gente se modela ao sabor do tempo, é bem verdade
Mas ainda não houve vaidade
Que pagasse o preço do meu pescoço ao travesseiro
- Digo e sigo.

E eu durmo cada vez melhor e acordo ainda mais desperta
à vontade de ser assim: não recoberta em cera
Tola por ainda gritar de surpresa 
Pela torpeza alheia ou nas páginas de um livro
Esse mundo é muito doido, meu bem
E eu?...apenas sigo.

Diluir...diluir...até transmutar
Nesse espaço que aprendeu que a carne vale 
Talvez transgressor seja quem ainda sonha
Pois o  peso do vil metal que assola
Aprendeu a apagar na fina dose de um bom comprido...
E eu? apenas sigo.

Cest´la vie!  exatamente como ela é !- Diria Veríssimo.
Mas, apesar disso...resisto:
Ainda olho o céu e converso com Deus
Freio para borboletas e caminho aos fins de tarde
Num tempo onde a vida já não arde, repouso mais...
e apenas sigo.

E eu... sou de fácil afeição
Simples de perceber boa emoção
pronta para (a)colher, estendo a mão
Com o coração em paz e já capaz de entender o ininteligível
Sigo cada vez melhor porque eu sei que sou
Algo parecido com o que sempre sonhei ser...

(E ainda tenho mais coisas felizes a aprender)
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