quinta-feira, 27 de março de 2025

Vem




 Chega a qualquer hora
Na minha agenda bagunçada
Cura minha mania de casa toda arrumada
Eu ando com saudade da desordem aleatória de apaixonar...

Cumpre a tua agenda ou desmarca a tua escala
Só pra me amar no escuro da sacada
A noite é uma adolescente vadia que fugiu de casa
E vai amanhecer em frente ao Amazonas, toda alvoroçada

Vem, bagunça logo a porra toda
De um jeito todo tonto eu digo que dou conta
De tão encontrada, vai ser bom perder um pouco do juízo
No céu da tua boca encontrar um pedaço do meu paraíso

Ninguém tá pronto e a vida não é mesmo coisa muito ajustada
A gente não sabe mesmo nada de quase tudo
E no fundo, depois de um tempo,
Nem faz questão de saber...

Só vem, que eu quero me desaprender...



#

Ahhhhhhhhhhhh <3 


Desaprendi de tanta coisa desde que te amei


Eu já não brinco de amarelinha pra chegar ao céu 
Já não encho a boca com balas de açúcar 
Feitas a granel
Já não chamo meus pais e peço para dormir segura após um pesadelo

E guio meus passos na cidade
Feito fêmea, em busca do teu cheiro...

Que vaidade tola essa
A de te querer aos meus pés
Sem te querer ao meu lado
Que medo mais tolo esse

- O da recusa a ser vulnerável -

'Os tempos são líquidos '
- eu te digo, benzinho...
E tu te derretes bem devagarinho -pleno e equatorial
Quente tempestade pelo meu quintal.

Eu desaprendi tanta coisa desde que te amei:

Já não arrumo mais o abecedário
Aceito borboletas no aquário
E não peço explicação ou previsão 
Gosto quando chegas 5min após o SMS,

- sem nenhuma explicação-

Todo apaixonado, como se soubesses 
antes mesmo de eu saber o quanto tu me fazes falta
Sou tão tola (im)pura e passional 
- Sei de quase nada!
 
E do pouco que eu sabia antes de te receber
Ah! Desaprendi de tanta coisa desde que te amei...
                                                                                     



#



 *Registro o furto escancarado da experiência alheia. O poema quis nascer, mas a poeta não queria parir às 00h30, porque a lua não dorme, mas a Jaci que mora na lua precisa de 8hrs de sono de qualidade, rs.

No mais: Apaixonem-se mais, vocês, que me confidenciam afetos. 

É LINDO DE SENTIR!

<3

segunda-feira, 24 de março de 2025

Madame




 O melhor ângulo para o trejeito mais afetado (Que adequado_):
Madame precisa do espelho para se sentir menos desagradável.
O melhor close, seguida do melhor closet: 
tudo tão palatável!

Segue-se o baile da imagem! - Madame precisa do espelho
Para esconder a própria mediocridade.

Madame precisa de qualquer pedaço de vida
Sua inimiga mortal é qualquer desconhecida  
Madame é 'o horror das inimiga' (tsc...não me diga)
E segue, vazia e aflita.

Na certidão de nascimento, sua origem,  o patriarcado
Por todo lado segue orgulhoso
Madame segue o roteiro falho
De seguir, distópica e aflita

'o terror das inimiga

Madame nem sabe - (Seria isso bom ou  trágico?)
Mas é o espelho de nossa fragilização
O motivo pelo qual o mundo segue o roteiro violento
Da desunião

 - Mas vai aos domingos pedir proteção
(Ao seu modelo de civilização?)

#

Não é do meu feitio promover qualquer tipo de hostilidade entre mulheres, afinal...a vida já faz isso por si. Mas esse poema nasceu de uma situação muito particular e é um alerta.

Cuidemos bem dos nossos corações e dos demais...

sexta-feira, 21 de março de 2025

Genêsis*

 


Depois dos livros e jardim
Veio o sofá e a geladeira
Os móveis e as prateleiras
Lençóis, panos de prato...

Depois do quarto-sala
Veio closet e área para passeio
Da lavanda à colônia de cheiro
24h ligada às caminhadas às seis...

Depois da exclamação 
Veio a interrogação ao espelho
O  batom, o cabelo vermelho
A carteira de motorista!

A highway, a pista...    
 
Depois de um tempo, ficou a interrogação 
A procura por alguma explicação 
As rotas desencontradas
Roupas na mochila amassadas...

Depois do espaço, veio a Flor...
- E meu coração transbordou! -
Sem nenhuma explicação...
...e depois dela, veio o "Eu"

Preenchida do amor de Deus...

#


* Esse poema é sobre meu LAR, que se iniciou como uma casa, mas que, como toda construção, hoje é o lugar onde habita a minha família. O poema tem doses de anacronia, mas uma boa sintonia com o que o coração sentiu...

*A arte inspira e este poema tem claras referências a um sentido que senti/percebi  de um poema da Larinha Utzig, no livro "Disforia de Genêsis''.

terça-feira, 11 de março de 2025

romA (Por Edu Monteiro_)

 



Caro coração de vidro, 
Por que você é assim?
Tão delicado e sensível
Por que, quando recebe amor, ilumina
Para que todos sejam visíveis
Mas, ao quebrar, junta caco a caco em mutismo?
E, ainda assim, você nunca perde o juízo.

Qual é a razão de tudo isso?


#

E esse lindo poema foi feito por um coração que é um vitral, de tão lindo... e a publicação foi  permitida, gentilmente, à este espaço.
E que lindezaaaaa de adoçar a alma!


sábado, 8 de março de 2025

Ouroboros!




Letreiros, paralelas:
Linhas incertas, velhas novidades no jornal das seis
O tempo é mesmo um velho burguês:
Vende espaço para lucrar vida

Engole nossas cores nesses dias cinzas...

Tanta liquidez e tanta sede!
Robinson Crusoé  e Bauman entenderiam
Muitos ajustes convenientes
A fumaça no céu apaga estrelas cadentes...

Os dias correm e parecem brincar comigo
cada um nas linhas de um (im)próprio esconderijo
E eu não sou boa com labirintos:
Para decifrar, devoro-me...

É tudo culpa da disritmia
- Sempre dancei fora do tom, confesso
Cada vez que pensei entender, desfiz da realidade um elo
É falta de jeito, eu sei...

A vontade é tanta de calor humano real!
Mas, minha nau é pequena demais para tanto espaço
Só reconheço a métrica da rima formada
Por um bom abraço...

E nesse percalço, Ouroboros:
Letreiros, paralelas:
Linhas incertas
Velhas novidades no jornal das seis...

#


Alucinação?

 Hoje...ontem...este mês:
Já fui tanta gente: Deitei e rolei
Brinquei de letrinhas e redescobri o Brasil
Depois de tanto tempo esquecida do quão sou feliz
Empinei o nariz, olhei o céu chover: saí e dancei.

Lavei o corpo do necessário tempo dado à semente
Revirei os astros, vi uma estrela cadente
Tornei a ser poeta, a enluarar madrugadas
Só quem sente sabe...
o quanto isso faz falta!

Fiz mil coisas novas...que até nem deveria
Revi gente que alimenta, aquece, livra o corpo de ser apenas espectro!
Deixei de lado o sentido do certo
Cedi ao desejo: comi brigadeiro
Até doer a boca do estômago:

 - Mirei no hospital, parei no teu manicômio 
(Ah, como foi bom  mais esse conto!)

E bem nessa hora, no exato instante de a gente cumprir
O fatídico sinal do que é a nossa rima
Não sei de se por descaso, ironia ou sina...Acordei!
Perdão, meu bem, eu ainda não te vivi: 
Apenas te sonhei... 

#







sexta-feira, 7 de março de 2025

Originais!

 


Faz tua playlist em mim:
Eu sei dançar em vários ritmos, benzinho
Mas começa devagarinho, que depois de um tempo
o corpo dá de esquecer o passo

Me guarda no teu abraço: deixa eu reaprender o modo 'a dois'...

Me diz tua favorita do inesquecível Buarque
A gente rima nossa noite com vitrola e vinho
E diz a Geraldo que a nossa canção é a única do mundo
A mais original...

Nada programados, somos um sucesso!
Então: Um brinde aos improváveis elos
Desenhados no espaço dos horários vagos e despretensiosos
Sentir preguiçoso, macio, escorregou por dentro...ficou,

Sucesso discreto na raia das paixões: 
Digitais e pegadas...taças e lençóis
Clichês musicais: somos a mais pedida!
Não deixa nada pra depois:

Deixa eu reaprender o modo 'a dois'...

#

Ah...amigos: Apaixonem-se mais! A poesia agradece. E o amor - tão afeito às 'inclinações musicais'...também!!! <3



Impregnada

 Eu me impregnei em ti:
Foi de propósito, amor
Foi só pra te dizer que o meu beijo
Tem aquele cheiro com toques de sabor

De incenso e flor...

Foi de propósito
Que bem marquei teu travesseiro
E deixei os meus cabelos
Enrolarem-se nos teus...

Para depois do adeus
Deixar pedaços tecidos no invisível - tão indizível
Das tuas paredes e narinas
Só pra tu saberes que eu sou  fina

Até mesmo ao partir...

Confesso, são tolices de afeto:
 
Foi pra sentires saudades 
Mas também para ficar um pouco mais em ti
Como um segredo bem guardado na memória
De que tão bem-te-quero...

(Mas presta atenção, meu bem:
- Eu não te espero)



#

*O poeta é um fingidor...mas também um bom 'emprestador' de realidades...de uma história fofinha que minha mente desenhou, pois foi contada de modo tão meigo...e a canção da Luísa  veio aqui porque é apreciada por todas as pessoas deste 'retrato'. 

Ok, Chico é um bobão, na realidade. É uma pena. Mas a obra   'Chico' tem muito mais significado: lembra que todo mundo merece ser DOIDO DE PAIXÃO por alguém. E também recorda que a paixão é coisa muito perfumada: Impacta, impregna...mas segue o 'flow', não espera: festival de efemeridades.


 :)