quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

(Re)encontros



Cápsula no espaço: Movemo-nos
Na velocidade incompleta das coisas frágeis:
Viver é coisa muito louca, amigo
A gente nasce e morre vez ou outra.

Cientes ou não da nossa elementariedade
Buscamos explicação até para o inexplicável
Místicos e profanos demais para aceitar
A nossa (im)própria responsabilidade.

CARNE.

Ser gente nunca é igual, ainda assim
Não é fácil para ninguém, por que seria para mim?
Mas mesmo por ser tola ou mesmo insistente
Ontem, de bobice com o céu, vi uma estrela cadente

E senti toda a doçura que exala da palavra esperança...

Depois de dormir, me reencontrei comigo
Deu uma saudade da menina sardenta cheia de ideias geniais!
As coisas banais às vezes tentam quebrar o eu em mil pedaços
Tu sabes, eu sei, que ainda reajo...

A roda do destino gira e eu não fico tonta
Mas sigo lenta e feliz...tranquila com o que é e o que virá
Ainda capaz de coisas bobas
Como 'acreditar'...


E de ver o broto ganhar corpo 
sinto a alma rejuvenescer e a certeza exata
De que a vida é semente: vinga, nasce, floreia e frutifica
...cheia de tons, sabores, cheiros....

Por isso hoje, reconstruí meu castelo: 
Não existem bons ou maus elos, tudo é escolha cotidiana
- Ainda bem, amigo, que a terra não é plana:
A vida é mesmo boa, no dia a dia!

Nada se perde e, no revés, mesmo a folha que cai vira poesia...
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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Apenas sigo...




 Eu não me perderia por nada, meu bem
Esse muito muito doido ainda não me ofereceu valor
A gente se modela ao sabor do tempo, é bem verdade
Mas ainda não houve vaidade
Que pagasse o preço do meu pescoço ao travesseiro
- Digo e sigo.

E eu durmo cada vez melhor e acordo ainda mais desperta
à vontade de ser assim: não recoberta em cera
Tola por ainda gritar de surpresa 
Pela torpeza alheia ou nas páginas de um livro
Esse mundo é muito doido, meu bem
E eu?...apenas sigo.

Diluir...diluir...até transmutar
Nesse espaço que aprendeu que a carne vale 
Talvez transgressor seja quem ainda sonha
Pois o  peso do vil metal que assola
Aprendeu a apagar na fina dose de um bom comprido...
E eu? apenas sigo.

Cest´la vie!  exatamente como ela é !- Diria Veríssimo.
Mas, apesar disso...resisto:
Ainda olho o céu e converso com Deus
Freio para borboletas e caminho aos fins de tarde
Num tempo onde a vida já não arde, repouso mais...
e apenas sigo.

E eu... sou de fácil afeição
Simples de perceber boa emoção
pronta para (a)colher, estendo a mão
Com o coração em paz e já capaz de entender o ininteligível
Sigo cada vez melhor porque eu sei que sou
Algo parecido com o que sempre sonhei ser...

(E ainda tenho mais coisas felizes a aprender)
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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Psicodelia Existencial




Qual o tamanho de uma ideia?
A métrica da alma?
Quais verbos e versos compõem um coração?
...Vivo, mas não por tentar entender!


Qual o peso da alma das flores?
Da terra, depois que bebe a chuva e exala o cheiro da interação?
A matemática da exatidão de sentir...de ser...
Imensidão!

Qual será a gramatura do Amazonas
Em tempo de vazante e  preamar?
 E depois dos sol da primavera equatorial?
...Quanto será o peso e a leveza de um lar?

Eu não voltei mais pura do Céu - Desculpe, Hessinger.
Sigo inquieta e, se vejo muitas portas abertas
Logo lembro que sou áries com ascendente em libra
E tudo fica difuso

Pois sou fogo que se move em pleno ar...

O segundo sol se fez em mim: foi a maior loucura!
E eu que achei que precisava de cura vi um monte de gente que se sente tão sã
E não vi diferença em nossos egos inflamados - é tudo afã, disse ao divã
...E cada um corre como pode, afinal.

Então,

Quanto será que custa uma tarde?
O amor e a admiração de um certo alguém?
O calor e o sabor da pele?
Porque tantas elos se fazem e se perdem?...

Vivo, mas não por tentar responder.

E talvez a resposta seja o nirvana - ponto de chegada
E talvez a explicação nem exista: Só a estrada!
Ou, curiosa e ambígua, a questão esteja
Quase na ponta da língua:


O prazer de ser nem sempre comporta sentido...


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