quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Percepção






Não me reconheças ao espelho da tua memória
O ontem foi sobre mim, porém mais desavisada
A vida é sine cera
Acontece na hora da virtude e do delito

No hoje, meu bem, 'monalisa' já entende o 'grito'...

Sei, tudo isso parece-te muito abs ratio
Pois é muita pele para o fino trato
Para ti, existir é um pouco menos abstrato
E tudo bem, pois já diz o adágio

 Um ponto de vista é a vista de um ponto
E mesmo o 'nada' é uma questão de percepção...

Mas, nem mesmo cabe uma explicação
Tampouco apresentação: Apesar dos termos postos
Tudo é variável, constante mutação
Não fala, estende a mão: percebe.

Por isso, perdoe se repito:
Não me reconheças ao espelho da tua memória
O ontem foi sobre mim, porém mais desavisada
A vida é sine cera

Acontece na hora da virtude e do delito
No hoje, meu bem, 'monalisa' já entende o 'grito'...

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Sentidos e sonhos!





As coisas mais sentidas em nossa paisagem interior não são expressáveis. Não encontram na fala ou na escrita a expressão que as comporte. 

As coisas mais sentidas são guardadas, mesmo que sem querer. Emoção é coisa que rega e frutifica de emoção.É coisa muito interna. A escrita é a tentativa do indescritível...
Eis uma das belezas da literatura: conhecer as 'causas perdidas' do mensageiro! 
E quando o mensageiro tem heterônimos? ....é ''Dar a cada emoção uma alma, a cada estado de alma uma alma''. 

Ter muitas almas dentro de cada emoção que nos habita! Amor, raiva, alegria, (saudades!!!)...acho que daí explicam-se os sonhos, ainda que os mais bobos: medos ou vontades das almas das nossas emoções.
É de sonhos que deixamos de ser "gente" e nos tornamos "pessoa", termo grego que quer dizer "soar com intensidade".
Por isso ser pessoa é tão forte, ao mesmo tempo, imprescindível. E, por mais cheio de nuances que seja, o melhor de tudo é saber...que não é impossível.

Por aqui...'lágrimas nos olhos de ler o Pessoa..."


*Republicado de 02.01.2015 porque foi acessado e sinceramente adorei esta escrita.

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Verbo, Vem!



 Verbo, vem!

Renova o sabor adocicado da palavra 
Renasce os dias, o tempo, a poesia
Outras formas de alegria nascem
Com tua chegada...

Verbo, vem!

Tu que faz presença no chão da minha sala
Nas manhãs mais doces de domingo
No tempo de preguiça que antecede janeiro
Pois ainda chove em Macapá todo Dezembro...

Chega manso, recém encarnado...
Abraçado como tudo que é novo e encantado
Luzes de neón não são mais fortes que as batidas 
Deste meu velho coração - que renasce em ti

De pensar em toda poesia que se enfeita
Só para te ver passar
Consegui dormir e acordar feito criança
Enfeito o tempo, as cores do meu lar

Verbo, vem! - quero te ver chegar...

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"E eis que o verbo fez-se Carne" <3

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Adeus, Olá



Não haverão auroras iguais
Mesmo as boreais-
A vida move, a gente move
- E o tempo é uma criança que brinca e dorme
 
Acorda novinho em folha, a cada manhã...
 
Por isso, cuido daquilo que quero que permaneça
As rosas de meu pequeno mundo são tão únicas!
E compreendo mais a dor do pequenino princepezinho
Que sentia fundo cada passo do caminho...
 
Tal qual o doce visitante
Também exploro planetas e sóis
E depois viajo de volta a mim
Mesmo sabendo que nem isso é igual
 
-  Há sempre um agricodoce entre o açúcar e o sal-
 
E 2024 vai embora e leva junto
Alguns abraços que não mais terei...
E 2025 nasce e traz consigo
Coisas que eu tanto sonhei!
 
Seguro um pouco o ar só para prender o instante
- Mas que bobagem!
Tal como eu, o vento e o dia
Estão em sua própria viagem...
 
Não há precisão! 
Entre despedidas e cheganças
Cada encontro é de ser regado...elo cultivado, cuidado:
Amado!

Ou, desfaz-se na imensidão
E dele só resta...A´Deus e Oração!
 
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Luz!