quinta-feira, 26 de junho de 2025

Qualquer coisa: amor! ( Filosofia do Boteco da lua - Um plus otimista para os amantes da vida)



Senta aí, meu caro leitor, nesta mesa-de-poesia e prosa. Vamos prosear.Quero te fazer uma pergunta: Você já ouviu a linda canção de Renato Russo que diz: 

"Vamos fazer um filme?"

Então. Confesso, todas as vezes que a vida me desafia, assisto um catatal de filmes de amor! Pode ser dentro de um trabalho, de uma rotina, de um ideal ...enfim, essa é uma característica que demorei um pouco a assimilar como minha. Tive historias hilárias por isso: já fiz bloquinho de amigas para assistir em uma única noite: Love History, Doce Novembro, o Diário de uma Paixão, Um amor para recordar e P.s: Eu te amo. Sim, foram litros de lágrimas, pipoca e coca-cola. 
Um 'chororô monumental', digno de filme de comédia e válido para o fim de uma era em mim, em meados de 2011. 

Um grande amigo, certa vez que disse que tudo que rime com amor ou "Qualquer coisa, amor” é o titulo do filme da minha vida. Ri bastante na época, porém reconheço que é a mais absoluta verdade. Filmes de amor são bonitos: eles têm ‘rockinhos’ emocionantes, gente sonhadora que passa por muitos problemas, alguns amores que brigam e separam, e  vida! bonita e imperiosa, como deve ser. Realmente gosto destes filminhos. Aprecio as coisas que envolvem as pessoas e seus pares, as multiplicidades da paixão, que move montanhas, moinhos e a fé da gente. 
 Por outro lado, adoro comédia. Se for romântica, então! é que elas têm apenas um ou outro draminha, sem nada muito dolorido. Gente que ri de si e de seus tropeços faz com que me sinta  deliciosamente humana.  Porque ah, se  te falasse quantas vezes tropecei até mesmo em meus próprios ideais, rs...isso sim seria uma tragédia.
O lado mais bacana de um filme de romance ou de uma comédia romântica, é que eles terminam bem, as pessoas boas terminam bem e os amores 'se acertam'. Aí, dia desses,  soube da separação de casal querido e pensei: ah, pena que a vida real não é igual esses filmes! Mas, então, tive aquele pequeno insight: na verdade,  é sim

Se ainda não teve um fim,  é porque estamos nós, na prateleira da vida, e Deus nos faz “rodar” em nossos moinhos, para adequar nosso roteiro.
Sabe, como aquela frase clichê “se ainda não deu certo, não é o fim”? então! É isso! Afinal, quer coisa mais clichê, que “amor”?  É a coisa e o sentimento mais usual do planeta! Então...
Como boa sonhadora de roteiros felizes, eu só posso dizer a você: Sim,sim e sim... vai acabar bem. E antes disso, vai ser bom também.  <3


*Vai sim!


*Republicado de 27.06.2016.

terça-feira, 24 de junho de 2025

Universo em Movimento

 


Move, mundo!
Rotação e translação mudam marés...
Pessoas correm, a vida às vezes assopra, noutras morde
Ponteiro, relógio: desperta-dor!

O estômago agita, outra vez, é hora do café...

Trump anuncia novas ogivas contra o Irã
Eu faço Poesia
Alguém retira o suor da irmã
- Eu, faço poesia

Quanta tolice, quanta perda: não há vence-dores!

O tempo leva, o tempo leva...
A vida ensina: isso é só vaidade
Bebo meu café e recito por dentro
Receitas de simplicidade.

#


"Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo
Tende piedade de nós
Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo
Dai-nos a paz...."

Bom diaaaaa. Esse blog deu um 'bummmm' de acessos nos últimos sete dias e muitos pedaços antigos de mim têm sido visitados...vou republicar aos poucos, mas fica aqui uma palavra: Gratidão! 
E, enquanto Trump não anuncia outra grande vaidade, aliados a outras vaidades do cotidiano,  sigamos o dia abraçados com a simplicidade. A vida cobra o preço do avesso, cobra sim....a conta chega. Mas, mesmo que não cobrasse...que a gente caminhe como quem sabe que vai prestar contas à poderosa força de amor e justiça do Universo.

LUZ! Um dia bom.

:)

Das coisas que eu vim fazer aqui




A gente está aqui para aprender a voar no fim de tarde
Barcos de papel marché em busca do horizonte
Ao sabor de um ardente sol...

E sabemos tão pouco
Do tanto, do gesto
Do multiverso que abriga cada um...

A gente está aqui, sem dublê
E tudo é movimento, vida, ação
E a alma se bate toda no imenso labirinto
enquanto quixoteia moinhos de vento...

Parece que a gente devia ter vindo
Com manual de instruções
Quiçá, bula de contra-indicações
Com tarja de aviso:  “Advertência: risco de dano severo às emoções”

E no reverso, a gente se faz de grande navegador
E descobre um mundo novo a cada abrir de olhos
E corre a vida só para não cair na apatia
De ir com a maré...

A gente veio ao mundo
Desinventar de ter medo
E aprender com a aerodinâmica sutil da borboleta!

E no meio do caminho, a gente prova-vida:
Manga, suor, sorvete: Existir é um banquete
Cada um se serve como pode.

A gente veio ao mundo se espantar
Cair de amores pelo pôr do sol!
Encher os olhos d´agua de ler um Pessoa
Vibrar numa matriz particular (Ou simplesmente  mergulhar n´uma lagoa)

Só não vale não se apaixonar
Não experimentar, não mover com força o próprio coração
Não se encantar, não arriscar, não se vestir de luz e cor
Só não vale não ser , falar,sentir, doar...

AMOR.

#

*Republicado de 08.06.2018

Ensaios sobre a vida



I - Breves Considerações sobre o Clima e o dia

São três da tarde e o relógio me diz que há milhões de afazeres na agenda, e que preciso ir para a vida, cumprir meus compromissos.
Ah! Debaixo de um sol que derrete a paisagem, vejo um quadro de Dali desenhar o chão do Equador.Ou, pinturas pincelas de cor e água, da pouca chuva que vez ou outra beija a paisagem, feito pintura de Galdin.  Líquidos demais, no mês de junho. Não é muito animador.
A gente luta dolorosamente com o sol, aqui nestas bandas do Norte. Isso já dá um cansaço.
Longe de ufanismos, apesar disso, a paisagem brilhante é linda também.
As tardes meio molhadas perto do rio fazem um bem danado à emoção.
Mas são três da tarde e estou sonolenta e cansada. 
De junho em diante, rego o jardim duas vezes ao dia. Ainda falta uma vez, hoje.
Vale o sacrifício. As plantas, vibrantes, me ajudam a viver.
Às vezes, viver é um baita desafio.

II  Da aspereza do Cotidiano

 A gente faz um p... esforço pra ser um bom ser humano: correr atrás dos sonhos sem passar por cima de ninguém. Correr para a vida e ser honesto dentro do trabalho e das emoções...e não revidar ao convite diário da cretinice. Um baita exercício de superação esse de tentar não revidar. 
A gente tenta não reproduzir no mundo aquilo que nos fere. Cair. Errar. Às vezes, comete uma ou outra coisa fora da linha do ser humano que construímos... e aí, tem o desafio de não tornar isso um hábito.Reiniciar e viver na melhor das tentativas, mesmo quando ainda tem um montão de coisa para aprender...

Claro, as 24 horas que são minhas, não são as mesmas para ninguém. Cada um tem seu próprio peso e catarse, no meio do caminhar por este sol e pelas sombras da época.

Mas, decerto, uma ou outra tentativa se assemelham.
E ainda tem este ardente sol...

III Breves Inconclusões.

Apesar dos calos e do calor, minha alma não parece assim tão desgastada. Ainda hoje, lembrei como foi engraçado tentar empinar pipa. Que desastre.
Mas eu era boa em bolinhas de gude.
Vai ver, daqui a milhões de brisas, daquelas que sopram e levam embora o ardor, eu recorde de mim no hoje, com o mesmo olhar indulgente com o qual me visito, menina.
É que ainda tem muita estrada.E ainda são 15h...tem muito tempo.


E eu preciso me tratar bem - porque foi difícil e bonito chegar aqui...e também porque só assim, posso ser boa para meus amores e justa para conosco - o eu e o eles, que vivem comigo, no coração.

 Por isso, água, protetor solar e coragem: Parece texto de Mary Schmich ou do Jabor, mas é apenas eu, indo pra lida. Afinal, entendo finalmente porque certas escritas são chamadas de 'ensaio': nada do que escrevo ou descrevo, é mais do que mera intenção.

O que eu sou, no cotidiano, acontece mesmo quando saio daqui, desde tímido barulho de teclado que compete mansamente com a cigarra insistente, do jardim...e dessa luz, que é quase uma metáfora para a vida: às vezes cega, mas é bonita de olhar. 

Let´s go!

#


*Republicado de 14.06.2018.

terça-feira, 17 de junho de 2025

Acontecerá

 


Aproveito pequenos milagres
Gosto da vida - essa coisa bonita!
 que bate, beija, ensina...
E sei, ela também gosta de mim...

Acredito no dia que nasce
Sinto a força do sol do equador arder no coração
Por isso, sempre pago o preço de ser inteira
Desfaço a tristeza em nuvem passageira
Porque gosto de um céu bem azul...

Decidi, desde cedo, nos livros que li
Que tipo de persona queria ser
E dou cada passo com responsabilidade
Pois sei, cada vida que toco
é um pedaço de Deus que chega a mim...

Demoro para interpretar pessoas
Mas sei quando alguém está triste
Pois reconheço melhor emoções que palavras
E quanto mais o tempo passa
Mais entendo: elas não dizem nada...(Nada!)

É estranho, mas no correr dos (d)anos
Todo mundo já foi um pouco quebrado
Nesse planeta louco e acelerado
Vivo de colecionar, colar e refazer
Vitrais...

E eu me refaço quando a chuva cai...
Tenho medo, mas aceito
Cada pequena fragilidade
Pois sei que são o grande dom da humanidade:
é tão linda a habilidade de sentir...

Dentro de tudo que existe
Há tanta luz em cada pequeno detalhe!
 e tanto espaço para fazer  coisas bonitas!
E a alma sempre acredita
Na vida...que acontecerá.

#

Porque entre destino e arbítrio, sei que Ele nos dá possibilidades
Mas quem monta os retalhos de vida, somos nós....afinal " A gente leva da vida, a vida que a gente leva"...e também, aquelas em que tocamos.
E isso é um milagre.
*Republicado de 04.12.2018.

LUZ!!!

Breves Digressões Inconclusivas sobre a vida (Parte II)

 


Não vim pronta, acabada!
Como, em apenas nove meses
entre a concepção e a vida humana
Deram-me nome, endereço e casa?

Meu recém-nascido par de asas não sabia voar...

Pequenina matéria, saída de um portal sagrado
Coração do tamanho de uma bolha de sabão
Útero quentinho, alimentada de outro organismo
Nada me preparou para a essência dos abismos...

32 dentes para sentir nascer! Ralar os joelhos!
Esticar os músculos, aumentar a estrutura
Amar, sentir o peito bater, 120 vezes por minuto!
Sentir dor, sarar e perdoar, amar ainda mais!

Tudo é mesmo tão voraz...

Trinta e poucos anos depois, veja então:
Asas, para quê te quero! 
Descobrir o tamanho do mundo - doce ilusão!
Caminhos pelo qual piso, sobrevoo, sonho, construo   - e espero.

E é cada coisa louca, que nem sei dizer
Há tanta injustiça, desigualdade e mentira - de doer a emoção
Mas também tanta beleza, sinceridade, bondade , poesia e amor!
Só de pensar, sinto suave o coração...

E sei, ainda não estou pronta e acabada 
Nunca serei perfeita, suave e adequada,
 feita só de brisa, pintura pastel e exata
Carrego o peso das insustentáveis levezas

- Viver é uma aventura, que ao fim, nos mata - 

Mas, como tudo que nasce em meio à água
Resisto!
 Vivo de nadar entre as surpresas de um imenso oceano
Tenho as raízes adocicadas de poesia

E uma alma que celebra a cada luz que acende o dia...

#


LUZ!


Esse poema foi escrito em 02.12.2018. E sou louca de amores por ele. 
Foi acessado muitas vezes essa semana, então...é porque está apreciado. Gratidão.

sábado, 14 de junho de 2025

Desmisture


Ensaios sobre 
água suja
ou água limpa: 

 Na felicidade 
De andar sem véu
Afinal
Mil máscaras pesam
Vergam
Deformam a beleza originária do elo
(E a cera derrete, meu bem
Ícaro descobriu tarde
Acorde)
Há beleza na simplicidade
A cor dê.
Desmisture sensações:
Poder não é ser
Ter não é poder:
Respeite confiança.
A vida cobra
O preço
No tempo do acerto
Deus é justo juiz: 
Vê ação, não petição:

Desanoiteça.

#

Depois de reler 'Tudo é rio', de Carla Madeira. Desanoiteça, pois Deus é justo juiz: a roda começa a girar e finaliza.



Amazonas!


 

Posso rasgar a casca da ferida
Chorar, dolorida
A má água que jorraste em mim: 
é que eu sou Amazonas, querida

Rio de muita água doce para verter
Eu danço às luas cheias, 
Me derramo, se encho até a beira
Vivo de me derreter...

Posso doar em dobro
Qualquer coisa do que me tomaste
É que sou bambu sem aste
Eu vergo para me recompor...

Eu também danço e canto e celebro a vida
Que ainda que traga o susto do 'perceber'
Ensina o caminho que nos leva a aprender
e eu sigo ''tranquila como uma manhã de domingo''

Filha dos elementos
Eu sou água, suor do vento
E também o sal que tempera o paladar
E já sei dizer adeus sem alarde

(Esse poema já não arde ao se declamar...)


#

Depois de ler pela primeira vez 'Tudo é rio'', de Carla Madeira. Quem 'bebe' da literatura, vive de 'jorrar'...como é linda a nossa mãe-poema.


quarta-feira, 11 de junho de 2025

Às margens do rio


Trago as mãos ásperas
Do sal das lágrimas
Que já verti.

Sem ti, 
saudade virou poesia
Verbo que chega e fica
já não pede mais permissão...

 Remo a canoa da vida
De um jeito manso e macio
Guiada por teu olhar
Na outra margem do rio...

Mas, ainda é agosto, e as marés rasas 
não dizem como atravessar!
A tênue fronteira da vida
Não se enternece para o amor!

(Quem sabe, no cair do próximo luar...)

Roda a estação...
Roda, rosa-louca do tempo!
... e porque  me geraste de amor
Eu te envio flores com meu pensamento! #

"Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você..."

Nada nesses 22 anos nos distanciou. Pelo contrário. Sou mais humana e, dizem por aí, que sou muito das coisas que te orgulham, como gente. Tenho as mesmas amizades, mas também sou amiga de gente nova que tu adorarias conhecer. 
Eu faço o 'dever de casa', mesmo quando é difícil, meu Pa(i)ssarinho.

Eu estou feliz por te amar como meu Pai e sigo iluminada das tuas boas lições.

MUITO OBRIGADA. 

Em qualquer canto
do teu voo
Recebe o meu amor!


segunda-feira, 9 de junho de 2025

Paralelismo Sentimental Viciante (Devaneio do Boteco da Lua)








Foi em uma das muitas madrugadas em que estou de papo com Bel. Ouvi esta versão antiga , interpretada pela Vanusa, da canção "Paralelas'', com a frase 

" E as borboletas do que fui pousam demais
Por entre as flores do asfalto em que tu vais..."

Fiquei curiosa  e quis compreender o motivo de trecho da canção ter sido modificado. Primeiro, porque o poema ganha ainda mais sentido, com o trecho retirado, que aliás, poderia ter sido perfeitamente agregado ao verso que o precedeu "Como é perversa a juventude do meu coração / Que só entende o que é cruel / e o que é paixão".


Explico. É que, "'Paralelas'', para mim, sempre evocou o inevitável sentimento de solidão de Belchior, frente aos conceitos propagados nas grandes cidades, o da 'multiplicação', 'riqueza', assim como o registro do eu lírico do poeta, em contraposição a estes conceitos, esvaziados de emoção.

Parecia-me uma declaração de Bel sobre o peso do capital e seu preço sobre as relações afetivas. Bom, acontece que,  com o ''novo'' verso em mente, tive a curiosidade de perguntar o porque 'as paralelas dos pneus na água das ruas são duas estradas nuas...' e porque a música ganhou o título 'Paralelas'.

Como sabemos, nosso poeta misturava conceitos físicos, filosóficos, astrológicos, poéticos e sim, matemáticos e geométricos para falar de emoção. Então, eis um conceito geométrico simples de 'Paralelas':

Uma Reta é uma sucessão infinita de pontos, situados todos em uma mesma direção, no entanto, essa sucessão se caracteriza por ser contínua e indefinida, portanto, uma reta não tem nem inicio nem fim; junto ao plano e ao ponto, a reta é um dos elementos geométricos fundamentais. E a paralela é um adjetivo empregado para referir-se àquilo que é semelhante, correspondente, ou que já foi desenvolvido em um mesmo tempo.
Então, as retas paralelas são aquelas retas encontradas em um mesmo plano, apresentam a mesma inclinação e não apresentam nenhum ponto em comum; isto significa que não se cruzam, nem se tocam e nem sequer cruzam suas prolongações. Um dos exemplos mais populares é o das vias de um trem. (Artigo http://queconceito.com.br/retas-paralelas)

Foi então que compreendi que Belchior falou  de solidão, do preço cobrado pelos conceitos moderníssimos das grandes capitais, mas também, de si e de um outro alguém, um sentimento pessoal, comparando-os à linhas paralelas, que embora similares, por serem retas, não se cruzavam. 

A letra fez mais sentido e a solidão do poeta,também. Mesmo a canção teve seu momento de íntima verdade do emocional do amor que mora dentro daquela canção: "Dentro do carro/ Sobre o trevo/ A cem por hora, ó meu amor/ Só tens agora os carinhos do motor.../ E no escritório em que eu trabalho / E fico rico/ Quanto mais eu multiplico/ Diminui o meu amor..."



Cada uma das retas vivenciava sua própria aceleração, diferenciadas, parecidas, paralelas. De refletir sobre isso, acabei por relacionar ao vício pós-moderno, tão explorado em Bauman, sobre o fim das comunidades e a era das 'redes': menos encontro e mais paralelas. Parece viciante e solitário...

Por outro lado, percebi que confundo paralelas com linhas encontradas. Preciso corrigir alguns poemas (e emoções), onde entendo 'paralelas' no sentido de 'cruzamento',graças ao déficit de atenção geográfico/geométrico/espacial/emocional.

Bom, como não sou matemática ou física, me perdoei e fui atrás de saber o avesso ao conceito de paralela, ou seja, quando as linhas se encontram. Descobri que é chamado de 'interseção', cujo significado é:


O conceito interseção pode ser utilizado em nosso idioma com dois sentidos diferentes. De um lado, é utilizado no campo da geometria para designar aquele ponto estabelecido em que se cruzam duas linhas. Também serve para indicar o encontro entre duas linhas, planos ou objetos.Mas sem dúvida é no trânsito onde mais se usa esse termo, mesmo assim não podemos esquecer que sua utilização é resultado direto de sua referência apresentada na geometria.
Basicamente a interseção no trânsito se refere ao cruzamento de duas ou mais ruas. Sua principal função é possibilitar o acesso de quem circula à outra via e assim chegar ao seu destino.  Artigo http://queconceito.com.br/intersecao

Bom, quer mais poesia do que isso? Tome algumas taças de vinho e leia este texto, ao som de paralelas. Se a interseção é o encontro, falta ao mundo e a cada um de nós o charme do alinhamento sentimental. Mas isso envolve o conhecimento da geografia interna  e não é fácil reconhecer nossos espaços. É a árdua tarefa que viemos fazer por aqui... e tem tanto a ver com o amor!

Bom, o meu desejo após desta longa digressão em Belchior é que, depois de caminhar comigo pela canção "Paralelas",  um pouco do paralelismo sentimental viciante - doença do coração que esta poeta aqui inventou - seja curado de dentro de seu coração. Que explores dentro de você o que é um estar em par e esteja  ávido por um amor interseção, que te leve ao  encontro! - Com o seu destino.


LUZ!!! 
LUZ!!!
LUZ!!!

*Republicado, porque o texto foi acessado e gostei muito de ter escrito isso...e porque ainda é tudo em que acredito.

quarta-feira, 4 de junho de 2025

Mais!

 



Menos medo, mais amor

Mais poesia e dias de chuva fina

Mais alegria despretensiosa,

Laços e nós...

 

Mais sentimento con - sentido

Mais riso, prazer, gemido!

Mais pele, menos cicatriz

Mais sinceridade, menos verniz.

 

E assim,

 

Mais simplicidade, menos aceleração

Menos frase de efeito, mais comunhão

Menos demagogia, mais teoria bonita

- daquelas que conduz boa ação-

 

Menos guerra,

Mais irmão...

Menos palavra seca, antes,

Molhada oração...


Menos utilidade, mais paixão...

 

E no meio desse sol que arde,

Desse gente que late,

E de tanta baixa(ria)

Menos dor e mais beleza

 

Leveza e poesia.

 

(E assim, na busca da simplicidade, peço: 

mar doce da minha aldeia, rogai por nós...)

                                                                                       #


Esse poema surgiu logo após uma bela aula sobre "Frater - nidade", em 06.10.2021, quando um grande sonho se tornava bem lindo, ao alcance da minha mão... 

E que a gente sonhe muitooooo...porque ver horizontes, tocar com as mãos o céu almejado...é lembrar que Deus (de qualquer forma que você conceber) é ternura que nos alcança, nos detalhes...<3

A Maldição da residência Hill (poesia em forma de spoiler. Corra, se não gostar!)



Ensaios sobre vidas nubladas:
Pomet -  emit -  sonork:
- O tempo ao contrário não diz nada.

Mera sequência aleatória
Casa mal assombrada
lista de todas as angústias 
do que não pudemos pudemos fazer ...

Ao espelho, os monstros são eu e você
Outras frequências, ondas de som silenciadas
Partículas dissociadas,
 enlouquecemos.

Arrependimentos, fracassos, desejos não sucedidos:
Um fantasma é tudo aquilo que nunca foi dito
Sob o telhado de vidro, te faço um pedido:
"segure minhas mãos, enquanto caio"

Eu falho, tu falhas, nós falhamos.
Segure minhas mãos, enquanto conto os hematomas
Marcas de uso - cicatrizes, são histórias
"Você vê a casa, mas não sabe lê-las..."

- Eu não sei contá-las e não sei vivê-las...-

Foi só um sonho, foi só um sonho...um pesadelo!
"a jornada termina quando amantes se encontram"
Não existe desencontro, apenas desencantos
Um relógio parado desde antes...(desde antes!)

Casa infiltrada, somos água.
Vidas naufragadas, des/sincronismo
Nossos medos sabem do terror e estrago
Por isso, ao enfrentá-los: 
Meu bem, cuidado.

"O perdão é quente como uma lágrima"
Deixe a casa morrer com seus fantasmas!
Arrependimentos, dúvidas naufragadas
"O amor é a perda da lógica "
-E tudo que fica-

"O resto é confete", a história continua 
Um relógio parado desde antes, desde antes!
A casa se move, num engole-cospe vidas...
Não existem despedidas.

#

* Pode fazer sentido - ou não. Mas essa foi a MELHOR SÉRIE de terror que já vi, a coisa mais bem produzida e filosófica.
*Republicada de 21.10.2018. 
* Este é um dos poemas mais acessados da história do 'aluanaodorme' e .faz muito sentido dentro de mim.


FANTASMAS DA HILL:

"E tudo isso, a culpa, o luto, os segredos, os fantasmas, nesse momento...são apenas medo. E o medo é  o abandono da lógica (...) Mas, ao que parece, o AMOR também. O amor é o abandono da lógica. O abandono voluntário dos padrões racionais. Nós cedemos a ele ou o combatemos. Mas não vivemos sem ele".
"Eu amei vocês. E vocês me amaram. Profundamente. O resto é...confete".

Desfolhar


O fragmento do fragmento:
Despedaço-me.
Despetalo  pouco a pouco
E no silêncio encontro o ponto
Pra outonar minha primavera
Veja, quanta quimera
Ser tantas estações num único lugar...


Rego a alma com o sal de um choro
Um alívio, um colo, consolo
Tão terno e  particular!
E cada milagre  faz mais sarar...
Por isso, te conto um segredo:
O mundo não consegue arranhar minha fé
Sigo remando contra a maré...

É, maninho, eu acredito tanto na vida!

E por ver o vento manso que percorre
os céus cinzentos de uma tempestade
Aprendi a quietar na poesia
E, em meio à forte ventania
Permanecer com a alma em paz,
Porque sou, sobretudo
espelho de meus ideais!... #


Que a gente siga a vida com o compromisso de ser espelho do que reflete. Afinal, bordado bonito com avesso camuflado, ainda é bordado, mas não tem verso. E eu sei, tu sabes...todos nós podemos padecer desse mal. Faça o caminho de volta. <3

LUZ!


*Republicado de 16.08.2015.