Poesia, Filosofia de boteco, Observações do Cotidiano e o que mais vier p´ro mundo da lua! ;) . . . . . . . . . . . . . . . . . CONSIDERAÇÕES SOBRE O BLOG :1 - Viva a liberdade poética e a proteção aos direitos autorais!Toda vez que posto algo,indico autor. Se não o faço, é porque é a autora quem vos posta.2) Imagens? -Dr.Google. Exceções? Indico autoria. 2) -Poemas,velhos caducos que falam de tudo.NEM SEMPRE FALAM DO QUE SINTO! ... ***quem dera...***
quinta-feira, 17 de junho de 2021
terça-feira, 15 de junho de 2021
Sossego
Dentro
do vento...sossego
No
espaço de ser deixo estar
A
vida não acontece toda de uma vez:
É
preciso deixar ser o que virá
Dentro
de mim, readequo
Ajusto
um ou dois móveis de lugar
Arranjo
espaço para um novo luar
E
deixo um espaço arejado para o inevitável
Aquilo
que inexoravelmente ‘será’.
A
chuva não cai só de uma vez...
O
mundo já nasceu e acabou
Pelo
menos em uma oportunidade
E nem isso findou a existência,
Em
essência, o néctar se recria
No
revoar das próximas andorinhas
O
verão vindouro se anuncia
E
chega, um dia de junho de cada...
E
do vinho ao xerez
Tudo
passou pelo processo de (re) criação
Mesmo
o segundo parido
Veio
de um inteiro giro:
Dentro
do vento...sossego o coração.
#
Não...
Não me percas antes que eu te mostre
Como é lindo o pôr do sol
Em dia de maré cheia
Ou te conte uns segredos ao pé da calma
Alguma coisa que mexa com sua alma...
Não me percas antes que eu te leve pela
mão
Para ver as cores dos espaço-tempo do dia
Que eu te conte, em meu abraço
Que és parte do que me traz alegria...
Não me percas antes que eu confesse
Como sinto falta do teu cheiro no meu
paladar
E como penso em ti quando é dia de lua
crescente ou cheia
Não me perca antes de me encontrar.
Que somos efemeridade
E é tão raro...sentir
Sentir! Mesmo.
No gesto e gosto... um elo se formar
Ou me perca de uma vez
Que é p´ra eu me procurar...
#
Do primeiro ao último Poema
Como à primeira
Teu beijo que me veio
Em um dia de maio
Agora que Junho vem...
e leva o inverno do equador
Quero as delicadezas de quem encontrou
Alguma coisa terna e macia
Ainda que sem procurar
Como uma nuvem que se fez
Para nascer o arco-íris
Na grata surpresa da reinvenção do sol
Após a chuva molhar...
Quero à moda antiga
E também à feira mais moderna
Manter a porta de casa
E as janelas da emoção abertas
Qualquer coisa, em qualquer dia
De um dia comum
Até onde a vida permitir
...Que seja bom!
E se a gente perder o tom ou virar a maré...
Que não seja uma rima triste
Mas sim, a curva de uma estrada bonita
As palavras e versos mais simples
E as mais singelas
Que não seja eterno
Pois já disse o poeta, é – bruta- chama
Mas que valha o risco e à pena
Do primeiro ao último poema.
domingo, 6 de junho de 2021
Nem tudo pode ser Baunilha - é uma pena (Devaneios da velha boba)
Sim, podem me chamar
de louca, queridos leitores desse espaço de poesia. Há dias atrás inaugurei o
ano de 2021 nesse blog escrevendo sobre o quanto gosto de baunilha e
enaltecendo as coisas doces e fluídas, tal como são.
Mas é que a vivência na sociedade pós-moderna, acelerada e líquida, que não aceita pequenas pausas para ‘ser’, cobra que sejamos felizes como gente dentro de um comercial de margarina, perfeitos e plácidos, ‘confortalvelmente entorpecidos’,em nossas cascas de proteção.
No meio disso tudo, a tristeza é um mecanismo de autossocorro. Ao senti-la, a pessoa pede de si e dos seus ‘um pouco mais de calma’, ‘vida, pisa devagar’. E se movimenta para fora do ciclo pré-concebido pela modernidade.
Nesse ‘sentir’, há espaço para diálogo. Para falar sobre o que é a felicidade e o que procuramos. Há espaço para pausas. Para apreciar uma tarde e redescobrir com os próprios pés nossa tão própria e conceitual felicidade, que, tal como nós, é tão cheia de dialética.
E é nessas horas que o milagre do amor melhor se manifesta. Cuidar e ser cuidado é um processo lindo que envolve muito compromisso com o universo alheio.
Rubem Alves, aliás, já brincou com sabores e emoções no livro 'Pimentas', e nele fala muito de outros modos de sentir, entre elas, aqueles relativos às paixões, que provocam 'incêndios'. O termo paixão é sugestivo, pois, pode ser 'martírio' ou, como pós-modernamente compreendemos, relativos à emoção/relação sentimental.
Eu me identifico muito com a expressão paixão. Em vários perfis, me descrevo como 'paixão morando na filosofia', como diria Belchior. Mas tenho tentado equilibrar todo esse 'sentir o mundo'. Seja como for, 'não pedirei desculpas pela minha intensidade'- disse o Carpinejar e sigo com o exato propósito, mas em busca da minha própria suavidade nesse caminho.
Bom, nem tudo pode mesmo ser baunilha (é uma pena). E...acho que a vida enfim, seja aprender a equilibrar sabores e descobrir aquilo que melhor se achega ao nosso próprio paladar e sentir.
E isso, enfim, talvez
seja parte importante no processo de ser e partilhar...felicidade!