Não me dê flashs e faróis
Nem um plástico Girassol
Toda flor gosta mesmo
é da verdadeira luz
Aquela que nasce e dorme ao fim do dia...
Não me dê bom dia se o dia não for bom:
Não sei entender esses silogismos complicados
Afinal, quem diz que 'se o tempo está nublado é porque a chuva vem'
Não conhece Macapá, em pleno dezembro
- Eu bem me lembro, ainda é Janeiro...
Não me dê um conceito no dicionário:
Esse tempo de coisas de mera estética me consome
Voraz, eu quero o conceito e o sabor da maçã
Um elo entre a cor e o afã...adocicado
(E assim, de perceber, descobrir seu significado - Para mim...)
O Mundo é assim: Múltiplo e essencialmente Singular
Do meu umbigo à Coreia do Sul
O que nos une é uma humanidade tão plural
Meu dicionário não alcança
Mas, não enlouqueças: a vida é canção, meu bem!
A gente sente, significa, vive, cogita, ouve e dança...
Deve ser por isso que vou ao divã
Descobrir profundidades e paz
Um jeito qualquer de me ser
Nesse espaço de tanta liquidez...
Por isso gosto de sentir fome
De desejo a amor, urgir afeto: ser um bicho voraz!
E gosto de filosofar teorias: Afinal, de Kelsen a Reale
Tudo é só uma questão de realidade:
E assim, reconhecer que não há um 'tudo' ou um 'todo'
Exceto através de um ponto arquimediano
Faz algum sentido! afinal, entre o eu e o momento
"Era uma vez um homem e o seu tempo..."
- A vida, Senhores, é mais do que uma alegoria
Se eu fetichizar, deixo de realizar
E a realidade, creia-me: é mágica
Bem mais que esta simples poesia...
Pois somos mesmo
Significados entrecortados de cores, sabores: caminhos!
O comum e a discrepância:
entre o ser, a água e o vinho
Do big bang até aqui: Tudo tem um quê de matéria essencial!
Na roda do destino.
Viver é deveras assaz,
É mais misterioso um único segundo
Que todo espaço sideral...
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Uma misturinha clássica, para inaugurar a poesia, em 2024, nesse espaço de 'sangue, sonho, américa do sul' em pleno equador....