Como um sopro
Não como um soco:
Ama-me e chega manso no meu cotidiano
Eu não te engano: Na calmaria mora um temporal...
Liquidez que se refez
Equalizou tormentas em meio à balas de açúcar e algodão
às vezes desatenta, às vezes direção...
Como um baile
Não como um balde:
Movimenta-te em minha direção
Eu sei que tu também tens coisas loucas na bagagem
Deixa na porta, na dança a gente arruma nossa viagem...
Como uma peça
Não como uma métrica:
Não existe plenitude, estamos incompletos
Me alcança sem esperar que eu seja teu milagre particular
E,
Embora tudo seja efêmero e por si, um milagre
Me deixa ser, por piedade
Um bicho sem especificação
Me busca pela mão, sente o meu coração...
Ao fim, é só o que importa
Se é reta ou torna a nossa rota
Nada é exatamente certo ou errado
Apenas segue firme ao meu lado:
E assim, sem domínio de nada
Aprenderemos a sermos 'nós'... e, aos poucos, nos coabitar
Corações que trilharam longos caminhos
... Até se encontrar.
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