E agora, José?
Das tripas ao coração, você tenta!
Engolir as mesmas notícias, mais parecidas com as distopias Kafkianas que com o que pensamos ser a realidade.
Todo dia o jornal bate à porta, para contar que está pior, cada um com suas 'bandeiras'...nem tão ideológicas assim.
A ditadura é a corrupção, essa vilã de muitas faces, de uma violência muda, que mata e tortura sem anistiar ninguém, pois poucos culpados se vê. O nosso partido, Cazuza já contou: é o coração partido.
Das tripas ao coração (partido), 'você é duro, José!'
E tenta. E tentar já é muito! há quem tenha desistido, entrado no 'ritmo', encontrado um 'jeitinho' de sobreviver e desculpar a si mesmo por auxiliar as coisas a serem como são. Mas, sem querer, auxiliamos. Sem querer, a gente cumpre o horário de verão, o rodízio, os impostos e toda a vil sacanagem do que não chega aonde deveria. E a pobreza cresce, e tão sutilmente que é suave o veneno que engole classes e distribui tudo em uma única simbologia: O capital.
Ha, a ' a gente não sabemos escolher presidente'! E agora, José ?
E irônico e desolador é que o nosso executivo atual tenha vindo de um partido de base do que chamávamos 'esquerda' nesse nosso país, a oposição que enfim, ganhou voz, na forma de um operário que chegou ao poder. Podia, enfim...ser eu, ser você, ser qualquer um na multidão! Não mais filhos das super produções financeiras: Filósofos, Sociólogos, ricos a reproduzir 'o modelo' ...
E se o modelo é tomado emprestado e nós perdemos a fé em alguma direção...e agora?
"E agora, José ?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos
que ama e protesta..."