terça-feira, 12 de outubro de 2021

Aquela máquina de Digitar Afetos



Aquela máquina de Digitar afetos

Nunca mais escreveu a palavra "Meu amor"

Por onde andas, 

Afinal?

 

Verbo que é  cheiro 

Quanta falta tu faz em meu jardim...

 

Nem sempre fui assim, tão dislexa à paixão

Já fui mais atenta ao meu próprio coração

Mas a vida é assim, 

Depois que passei a usar relógio

 

O tempo caçoa de mim:

- Faz com que tudo tenha exíguo começo, meio e fim -

 

É que o amor não cabe no curto espaço de 24 horas

isso aos poucos, creia, 

A tudo devora - 

E apavora


Mas... acalma, Coração 

- Quem sabe ainda temos 

Uma eternidade  a mais

Na próxima Oração -

 

Quem sabe a gente se tropece

Em meio ao burburinho de um café

Quem sabe aquele velho ditado (Clichê)

 Ainda esteja de pé

 

Ah! Incerta beleza de existir.

O verbo futuro é ingrato

Descumpridor nato

De quem achamos que seremos...

 

Faz tempo que não chove em Macapá

Mas o Equador vira água num súbito instante!

Quem sabe a vida seja assim: de se sentir o sabor

E agora, sob o intenso calor,

 

Me demoro a tentar compreender

O porque essa máquina  (de bater)

nunca mais digitou a palavra 

"Meu amor"...





A Maldição da residência Hill (poesia em forma de spoiler. Corra, se não gostar!)



Ensaios sobre vidas nubladas:
Pomet -  emit -  sonork:
- O tempo ao contrário não diz nada.

Mera sequência aleatória
Casa mal assombrada
lista de todas as angústias 
do que não pudemos pudemos fazer ...

Ao espelho, os monstros são eu e você
Outras frequências, ondas de som silenciadas
Partículas dissociadas,
 enlouquecemos.

Arrependimentos, fracassos, desejos não sucedidos:
Um fantasma é tudo aquilo que nunca foi dito
Sob o telhado de vidro, te faço um pedido:
"segure minhas mãos, enquanto caio"

Eu falho, tu falhas, nós falhamos.
Segure minhas mãos, enquanto conto os hematomas
Marcas de uso - cicatrizes, são histórias
"Você vê a casa, mas não sabe lê-las..."

- Eu não sei contá-las e não sei vivê-las...-

Foi só um sonho, foi só um sonho...um pesadelo!
"a jornada termina quando amantes se encontram"
Não existe desencontro, apenas desencantos
Um relógio parado desde antes...(desde antes!)

Casa infiltrada, somos água.
Vidas naufragadas, des/sincronismo
Nossos medos sabem do terror e estrago
Por isso, ao enfrentá-los: 
Meu bem, cuidado.

"O perdão é quente como uma lágrima"
Deixe a casa morrer com seus fantasmas!
Arrependimentos, dúvidas naufragadas
"O amor é a perda da lógica "
-E tudo que fica-

"O resto é confete", a história continua 
Um relógio parado desde antes, desde antes!
A casa se move, num engole-cospe vidas...
Não existem despedidas.

#

* Pode fazer sentido - ou não. Mas essa foi a MELHOR SÉRIE de terror que já vi, a coisa mais bem produzida e filosófica.
*Republicada de 21.10.2018. Porque ainda faz muito sentido.


FANTASMAS DA HILL:

"E tudo isso, a culpa, o luto, os segredos, os fantasmas, nesse momento...são apenas medo. E o medo é  o abandono da lógica (...) Mas, ao que parece, o AMOR também. O amor é o abandono da lógica. O abandono voluntário dos padrões racionais. Nós cedemos a ele ou o combatemos. Mas não vivemos sem ele".
"Eu amei vocês. E vocês me amaram. Profundamente. O resto é...confete".

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Liberdade



Sonhar meus próprios horizontes

E toda sua imensa rima

Remar meu próprio verso

(Despreocupar do resto)]

 

O mais...ah! Deus ensina.

 

Desaprender teorias

E conformar a batida do meu coração

Desafiar meus limites

Amar o instante, 

 

Entender meu irmão.

 

Sei, não é fácil viver.

Mais difícil ainda é desistir

Melhor então...aceitar o virar da maré

E entender que o sabor do futuro é um talvez

 

Mesmo o vento não faz a curva de uma só vez...

 

Eu me encontro comigo 

E dou ao meu próprio tempo um novo sabor

Gosto mais da mulher ao espelho

Seus sabores e entremeios

 

Seus vícios e anseios.

 

E nesse multiverso de tantas descobertas

abraço tudo que me aquece,

Meus laços de amor mantenho fortes

Para não esquecer quem sou e fui

 

E assim, mais dona de mim


Dou meus mais que bem-vindo amanhã!

Construção do Amado instante!

E assim adeus, passado!

Por outro lado,

 

A tudo isso: Gratidão!


#

Que a gente sempre esteja perto de tudo que nos leva ao melhor em nós. 


LUZ!

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Mais!

 


Menos medo, mais amor

Mais poesia e dias de chuva fina

Mais alegria despretensiosa,

Laços e nós...

 

Mais sentimento con - sentido

Mais riso, prazer, gemido!

Mais pele, menos cicatriz

Mais sinceridade, menos verniz.

 

E assim,

 

Mais simplicidade, menos aceleração

Menos frase de efeito, mais comunhão

Menos demagogia, mais teoria bonita

- daquelas que conduz boa ação-

 

Menos guerra,

Mais irmão...

Menos palavra seca, antes,

Molhada oração...


Menos utilidade, mais paixão...

 

E no meio desse sol que arde,

Desse gente que late,

E de tanta baixa(ria)

Menos dor e mais beleza

 

Leveza e poesia.

 

(E assim, na busca da simplicidade, peço: 

mar doce da minha aldeia, rogai por nós...)

                                                                                       #


Esse poema surgiu logo após uma bela aula sobre "Frater - nidade", o sonho mais que possível da humanidade.