Poesia, Filosofia de boteco, Observações do Cotidiano e o que mais vier p´ro mundo da lua! ;)
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CONSIDERAÇÕES SOBRE O BLOG :1 - Viva a liberdade poética e a proteção aos direitos autorais!Toda vez que posto algo,indico autor. Se não o faço, é porque é a autora quem vos posta.2) Imagens? -Dr.Google. Exceções? Indico autoria. 2) -Poemas,velhos caducos que falam de tudo.NEM SEMPRE FALAM DO QUE SINTO! ... ***quem dera...***
Águas suaves resgatam a pureza de ser leve , sem dor.
E levam às paisagens da minha saudade...
E sou bicho solto, fruto de um louco amor... Filha da própria tempestade! #
Poema republicado, pois me veio à lembrança, após receber uma mensagem de minha irmã, esta manhã,que dizia..."você é minha tempestade do bem". Que a gente sempre seja alguma coisa boa na vida dos nossos afetos.
Nada lá fora vai me fazer menos doce, apimentada, curiosa, humana, crédula, passional...gente do tipo real! - Porque antes de mais nada, eu acredito na vida Portanto...Bom dia, queridos meus!
P.s: Como estou com meu museu particular em obras (mudança...mudança!- e como!!!)....fiquei sem internet! Estou aguardando a instalação da "minha antena". Então...estou desligada...temporariamente(rsrsrs)
Mas...precisei vir postar e deixar o meu registro de saudade. E o meu ensejo de que nada lá fora tire a doçura do seu quintal. Fui olhar os links acessados (que não é um hábito comum para mim) e dei de encontro com essa lembrança.Fiquei feliz! E,porque assim sempre será a menina... compartilho poesia e comentários de 2012,com estética, letra e tudo, aqui em 2016, que é para isso que o aluanaodorme foi criado...para registrar este museu de pequenas obras, sonhos sempre ardentes e vida! assim, desse jeitinho, sempre estendida em um varal de poesia... Um dia bonito! o/ :)
Um tempo para respirar poesia por dentro, tomar banho de rio, rir com as amigas de piadas bobas, gritar 'obrigada' na janela, quando toca Belchior na 96,9. Um tempo para espalhar os novos livros pela cama, atualizar as leituras atrasadas, não ler nada que não seja por prazer, um tipo de hedonismo emocional temporário: cobrir a alma de mimos.
Uma abertura na fenda obrigacional da existência na fase adulta: Só cumprimento se gosto, só vou a algum lugar se me fizer feliz, saio do que incomoda, só fico perto de quem importa. Não devolvo na mesma moeda a agitação do trânsito, não devolvo na mesma moeda: Pode ficar com o troco, vida. Eu levo o desaforo para casa, sirvo-lhe vinho, embriago-lhe e ele vira um bicho manso, acho que se chama tranquilidade. Depois, suavemente solto, já não é mais um bicho machucado, mas um sentimento alado: voa.
Não penso, não planejo,não racionalizo. Confio, entrego ao universo. Um tipo de meditação contínua, de confiança no infinito, na sabedoria transcendental de quem me trouxe à vida, uma ausência de fome e um prazer enorme em tomar um sorvete de cupuaçu,castanha e coco, enquanto cai essa tarde macia.
Macia! Uma tarde macia, um tempo macio, uns segundos de própria companhia, para bem viver minhas reticências e Etcéteras. Um tempo para olhar os meus, suas cicatrizes e imperfeições, olhar meus joelhos ralados, conviver, coabitar sem conflitar com as diferenças. Ser grata, muito grata, por cada um e por mim, neste momento chamado presente.Um rehab emocional da agitação do mundo, que roda,roda. Uma indecisão sem pressa de escolher a direção, maré quieta. Um jeito diferente de agir para a vida, não re-agir,mas um sentir.
É, sei que esse tempo vai passar.
Que o emaranhado da vida, naturalmente, nos desalinha.Que, enquanto isso, na dinâmica do planeta terra, outras coisas se insurgirão, outros dramas, sentimentos, conflitos,decisões. Sei que a roda é gigante e pede movimento. Sei que o controle é remoto e não está em minhas mãos. Mas, a dona da história quer estar presente em cada vão momento de sua própria estrada...e é bom rimar com a suavidade, frear o frenético, desacelerar a rotação do globo, sair de órbita, escrever este texto em horário 'comercial'. Eu espero que essa leitura possa amaciar seu instante, como esse sorvete derrete, doce, dentro da alma, como esse vento sopra, gentil, como essa caneta sobre o papel...ou como essa chuva rala, que cobre esse final de tarde com um tipo de bênção prateada, que cai linda e mansa , escorrega por dentro de mim em forma de canção...#
Meu querido moleskine eletrônico, que me transporta ao aluanaodorme.
Há uns meses ganhei da minha irmã
um moleskine (caderninho de anotações usado por artistas,pensadores, poetas, enfim, gente que rabisca). O meu, segundo minha irmã, é um Jaceskine,rs. Não postarei o
coitadinho, pois já rabisquei aquela coisinha todinha. Tenho um bocado de
coisas (para o aluanãodorme ficar bem enfeitadinho de poesia ) a publicar,
outras a guardar. Um verdadeiro
relicário do instante – Como quase todo relicário.
Sua dedicatória é o que tenho de
melhor naquele depósito de mim: “Que a
Jaci converse muito com ela mesma. E que ela tenha com quem conversar”. Penso
muito sobre a dedicatória. É, converso muito comigo - é fato. Faço-me uma
companhia danada! Procuro livrarias e tomo cafés, vou à orla olhar o rio, sento
à janela do meu pequeno reino e imagino o que tem por detrás do céu. Procuro músicas antigas que amo, descubro novas formas de ouvi-las,
porque música boa é como amor. Aliás, tenho pensado muito
sobre música e amor, mas isso são outras páginas, ainda a desenvolver. Além
disso, assisto filmes, leio livros, formo coisas criativas, acresço meu
universo. Ou preguiço! Faço e refaço planos. Bem, como qualquer ser humano, sozinha, exercito meu universo desavergonhadamente.
Gosto de conversar. Já fui
voluntária disso, inclusive. Pretendo voltar. Conversar envolve escutar e, como
já disse Rubem, “Curso de escutatória” é difícil, poucos o tem. Renato Russo
disse que gostaria de ter alguém com quem conversar, que depois não use o que disse. É farta a procura por isso. E quase todos já foram/são essa pessoa, mas também seu inverso,
porque somos frágeis - só não é preciso
fazer disso um vício.
Tenho a sorte de ter as minhas
pessoas no mundo a quem confiar minha alma. Penso muito em quem não o tem- daí o retorno ao voluntariado. Sigo na tentativa de ser e
aprender cada vez mais o conselho de meu
amigo Rubem: para ter, é preciso ser. É preciso saber ouvir. É precioso escutar. A fala é a tentativa de
formar a ponte entre uma pessoa e a outra. Esse elo se completa na escuta. Li na internet que, quando as almas
estão distantes, para tentar alcançar uma à outra, gritam. Que o sussurro é a
proximidade. Fez todo sentido e recordou um pedaço do livro transformado em
cinema, “ Em algum lugar do passado”, que diz: “ O amor muito amado fala manso”.
Acresço: O amor muito amado conversa manso.
Dia desses, fui ao supermercado e cruzei com uma conhecida. - Oi,tudo bem? - Cordialmente. Ela respondeu o inesperado! ''- Muito melhor agora que... (isto e aquilo)''. Desabafou um pouco. Fiquei assustada, porque não estamos mesmo acostumados a ouvir a resposta sincera. Perguntamos por mera convenção social. Anseio por um mundo de mais pessoas - moleskine: aptas a ouvir ou receber a palavra, de verdade, feito estas páginas em branco, que de tão macias, recebem o pincel de minha emoção. Começo por mim. Quero falar e ouvir cada vez mais manso, esse é meu compromisso, firmado no moleskine velho, que tem andado comigo, enquanto exercito a tarefa de escrever e ouvir bem por dentro, quem sou.
Quis descrever o que sinto quanto ouço o instrumental de uma canção.
Para acompanhar a poesia, " Vitamin String Quartet", que tem a lindeza de instrumentalizar clássicos da música norte-americana. :)
segunda-feira, 18 de janeiro de 2016
'' Cada átomo de seu corpo veio de uma estrela que explodiu. Os átomos de sua mão esquerda provavelmente vieram de uma estrela diferente da dos átomos da sua mão direita. Essa é a coisa mais poética que eu conheço sobre física: vocês são todos poeira das estrelas'' - L. Krauss
Um tipo de rebeldia com a vida e o ''convencionado''. Tenho uma desconfiança e estranheza com o que não perde o alinho, do que é sempre apropriado. Veja, a terminologia do "a" antes do "próprio" já é um indicativo de que há algo de errado : A-propriado, sem propriedade.
E propriedade é uma coisa delicada: se, por um lado, é ligada ao sistema capitalista que nos divide e distingue pela posse, por outro, quer dizer ser dono. E, pelo menos de si, não vejo nada mais justo.
Mas, fora do contexto interno, gosto mesmo é do ina - propriado.
De gente que fala o que pensa, que reza sua "imprópria cartilha", que sangra de seu próprio sangue e "não está interessado em nenhuma teoria". De gente que não entregou as chaves mentais de seu cérebro para a coletividade. Sabe, aquela coisa de não "ajustar" o seu formato interno? Tenho medo dos ajustados, embora Rubem Alves, com quem muito converso, tenha flexionado meu modo de pensar, quando falou a respeito da importância das duas formas de existência, no livro "Ostra Feliz não faz pérola". Disse Rubem: "As pessoas ajustadas são indispensáveis para fazer as máquinas funcionar. Mas só as desajustadas pensam outros mundos. A criatividade vem do desajustamento" ( p. 177).
Ha! por falar em pérolas, sempre fui apaixonada, mas por aquelas de água doce, as "imperfeitas", tão lindas e naturais, sem regularidade. Desde gita prefiro o " fora de formato". Desenhos como "O fantástico mundo de Bobby" .E o personagem favorito do Maurício de Souza? O " do contra", um carinha que andava com as mãos e a "Marina", a pouco conhecida ruivinha-desenhista. E, de tudo, "Punky, a levada da breca", arrebatou este pobre coração com sua doçura, inteligência e capacidade de ser criativa e voraz .
Mas, não é bom confundir terminologias. Veja, não falo de mau caratismo, são coisas diferentes. O caráter é uma condição de quem se firma como ser, é algo firme. Gente de caráter não se vende, não compra, não é "colaborativo" com situações incompatíveis com sua dignidade (outro artigo totalmente marginal, atualmente). O apropriado se adequa, é um ''ser sem espinha''. Falo mesmo é de inapropriado, de não-adequação, inadaptação. Da capacidade de ser autêntico, próprio, no sentido mais bacana da palavra.
É, quem se adapta, sobre-vive, Lei de Darwin.
Mas é quem não se adapta, quem filosofa,escandaliza e não deixa que tudo se normalize ou normatize. Quem não se acostuma, vive e sente o esplendor e a responsabilidade ...de fazer o mundo acontecer! #
"Nós gatos, já nascemos pobres, porém, já nascemos livres"
Os trapalhões e a versão brasileira do Musical ' Os Saltimbancos', música " História de uma gata".
Sorri abertamente mexendo naquelas fotos antigas. Nostalgia é coisa engraçada: traz para perto de nós as memórias que encaixotamos, por excesso de bagagem n´alma. Como se nos transportasse e nos fizesse 'visitantes de nós mesmos', em outro lugar do universo. A foto-grafia escreve por nós aqueles pedaços de história que não demos conta, por excesso de sentir. Ou porque...simplesmente não era preciso.
Ele sorria com um enorme peixe. Ele me colocava no colo na roda-gigante. Ele fazendo festa no meu vestibular..."Alô,alô, papai..."..."é particular, é particular..." , o menino da beira do rio que estudou em todas as escolas públicas e fez a maior festa pela minha particular...
Havia alguma coisa de muito terno em não querer que eu passasse pelas mesmas provações, embora incentivasse as minhas lutas e a minha responsabilidade interna em ser pessoa, sempre.
Ele, abraçado ao meu irmão,aprendiz de pescador. Ele,domingo e canções do Cartola.
Ele, teatro e peça infantil. Ele, formatura da irmã, sorriso de criança.Ele em sala de aula, ofício. Ele e sua luta, sempre por trás do olhar cinza inquieto, prata derretida para o meu universo."O mundo é um moinho",mas o bom do mundo...não é o que mói: é o que surpreendentemente fica.
O tempo bate à porta e, curiosamente, abro bem tranquila, Nana. E agradecida da visita. Adocicada de ternura e paz.Porque as novidades que tenho o deixarão orgulhoso , certo de que fez o trabalho como deveria e que, a lição de casa - vida- é ainda a minha melhor tentativa, sempre com a herança da integridade que ensinou. E porque aquelas fotos bem antigas me dizem...que a poesia permanece linda, como o verso e o verbo, e o dom supremo, através do tempo... # *Republicado.
Segunda começo aquela dieta. Janeiro, viro o calendário. Segunda, réveillon interno. Janeiro, multiplicação.
Quem inventou de cortar o tempo, já disse Drummond, teve uma genial ideia. Desde cortá-lo em ano, a fatiá-lo em semanas.
Segunda começo a ser mais paciente. Janeiro entro na ioga. Segunda, meditarei. Janeiro, evoluirei.
Vivemos de segundas a janeiros, sempre a reinventar um pouco do que queremos ser. Claro, a reinvenção é uma brincadeira sutil com a massa de modelar nossa escultura, gentilmente doada pelo senhor do pincel. Sempre reflito que quem precisa reinventar-se inteiro, decerto não gosta de si. Mas refletir e praticar resiliência (essa palavra tão em moda que prefiro falar no meu jardim, que floresce outras flores em mesmas raízes) faz parte do processo de ser humano. Sim, somos resilientes e resistentes, sobreviventes da batalha interna: conviver e melhorar.
Nasci em uma segunda chuvosa. Acordei,hoje...e chovia copiosamente, como quando meu pai entrou na maternidade para me ver,pela primeira vez. Ele disse: "Sabia que era uma menina!", pois, para brincar, dei de dizer que era um menino, na ultrassonografia, que era tão antiga quanto minha velha máquina de escrever. Agora, meus olhos veem máquinas diferentes do que os olhos dele viam. A escrita sobre a escrita: reinvenção entre o eterno e o agora.
Ainda sou aquela menina no colo do pai, em uma segunda chuvosa, pois somos eternos segundas e janeiros. Mas temos todo um calendário interno.
E ,de todos os janeiros, dias inteiros: é tudo agora.