Ela era frágil, debaixo da casca de garota bem resolvida, bonita e cosmopolita. Ele era humorado e um tanto cretino. Ela tinha uma doença incurável. Ele, um emprego promissor que dependia do investimento de tempo. E, juntos, eles tinham amor, esse complicador natural e o único verdadeiro antídoto para a 'droga ' das relações humanas.
Mas, advirto: essa não é uma resenha descritiva. Tampouco contém mais spoiler do que pode ser encontrado em uma Sinopse de contracapa. Essa é uma viagem sentimental pelas nuances do filme “Amor e outras drogas” e pelas nossas próprias tantas subjetividades.
Ainda estou sob o efeito inebriante das verdades e dos conflitos do filme "Amor e outras drogas".
Primeiro, porque apesar de ser uma comédia romântica, levanta uma perspectiva filosófica implícita que fica debaixo de nossos olhos/emoções: O QUE VOCÊ AMA, QUANDO DIZ QUE AMA? Você ama um corpo sensacional, capaz de te dar prazer? ama um endereço, um projeto, um perfume, uma característica, um potencial… O que você ama, quando diz que ama?
Primeiro, porque apesar de ser uma comédia romântica, levanta uma perspectiva filosófica implícita que fica debaixo de nossos olhos/emoções: O QUE VOCÊ AMA, QUANDO DIZ QUE AMA? Você ama um corpo sensacional, capaz de te dar prazer? ama um endereço, um projeto, um perfume, uma característica, um potencial… O que você ama, quando diz que ama?
É nesta perspectiva que o filme apresenta um jovem casal que se apaixona, tendo por pano de fundo a tragédia de uma doença incurável. Um enredo sensível, cheio das subjetividades e medos que todos sentimos: Quando eu não for útil para você, você ainda vai me amar? Quando você não puder alcançar toda a dimensão da utilidade do que espero ou preciso, ainda irei te amar?
Enquanto passeava por essa subjetividade no filme, refleti que, se o amor é uma procura, é também uma resposta e tudo o mais que quisermos que seja. E sabe se vestir de muitas formas. Rubem Alves, em “Retratos de Amor”, diz que amamos o retrato do outro, logo, amamos a projeção que fazemos na face amada, não propriamente o sujeito, objeto desta, por isso conclui : “antes de te conhecer, eu já te amava”.
Mas, e quando aquela alma teimosa rasga o tecido fino das projeções e se insinua em nossa vida, rotina, a ponto de produzir em nós inseguranças ou sentimentos indesejáveis, como decepção, tristeza, contrariedade?
A liquidez dos sentimentos, na modernidade, tão advertida nas lições de Bauman, demonstram que, dentro de tantas infindas possibilidades, muitas vezes os sentimentos são permeados do sentido de utilidade.
O filme, na contramão desta realidade, nos convida a receber outra mensagem: AMAR é mais. Requer um compromisso com o outro em suas singularidades, encantos e escuridões.
Aliás, como vemos na fala emocionada de um dos personagens principais: “Sabe aquele casal que existe em uma realidade paralela?Aquela você saudável e o eu perfeito, que planejam férias e apenas se preocupam com um ou outro dia de mau humor?…pois é, eu não queria ser esse casal”.
Aliás, como vemos na fala emocionada de um dos personagens principais: “Sabe aquele casal que existe em uma realidade paralela?Aquela você saudável e o eu perfeito, que planejam férias e apenas se preocupam com um ou outro dia de mau humor?…pois é, eu não queria ser esse casal”.
Então, esse foi o sentimento, ao final do filme, em relação a familiares e amigos: Querido problema, Obrigada por me amar! Por escolher as minhas subjetividades para unirem-se às tuas.
Ah!....e o meu desejo, a você que me lê, é: o encontro com o AMOR, aquela coisa mágica, que transcende utilidades. E que seja mais do que lindo...seja humano. Com toda a complexidade que representa.
Veja o filme sempre que quiser/precisar lembrar que o amor...é mais!
*Republicado.
LUZ!
Ah!....e o meu desejo, a você que me lê, é: o encontro com o AMOR, aquela coisa mágica, que transcende utilidades. E que seja mais do que lindo...seja humano. Com toda a complexidade que representa.
Veja o filme sempre que quiser/precisar lembrar que o amor...é mais!
*Republicado.
LUZ!
LUZ!
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