Coloco o coração a serviço da vida
Soldado abatido no solo da loucura
Ainda enterneço quando nasce uma flor nova no jardim...
- Será que alguém me explicará para mim?
Talvez, nunca compreenda.
Mas, a lágrima é sentida
E, longe das grandes avenidas
Com seus conglomerados e executivos,
Ecoa um gemido...de dor
Pessoas sentem fome
Crianças nascem e morrem
Meu país desigual parece tão segmentado
Como se até mesmo Deus tivesse um lado...
(Perdoa-me, meu bom senhor...)
O mundo anda tão acelerado em seu giro!
Tonteio, sei que corro perigo
Pois gosto da estação das borboletas
E paro para olhar as noite
com sua imensa lua amarela...
(Nestas horas, percebo o quanto sou...pequena)
É, a gente sempre acha que tem
Entendimento do movimento
Como se a vida e seu vitral maluco
Nos desse salvo-conduto
Para explicar o inaceitável inexplicável...
São difíceis os tempos.
E eu esqueço as chaves e perco a hora
E sinto toda dor que escorre no noticiário
Não gosto de injustiça, mas já não busco culpados
Quero apenas ser parte do que faz da vida uma forma de arte
E sentir o vento lentamente mudar a direção...
Mundo cão, mas...lar dos meus amores!
Todos os dias faço uma prece no jardim
Brinco que sou um girassol desengonçado,
Mas não esqueço meu jardineiro maluco que,
Com todo cuidado, disse que sou sua rosa de abril...
É, caminho. Sei, estou perdida.
Mas quem será que não está?
Loucos, desequilibristas: poetas são tão enternurados!
E, por todo lado, sentem a tragédia e a magia
De olhar estrelas e mergulhar no passeio de sua luz
Tudo que é força reluz!
ainda que bilhões de anos daqui...
#
*Sentimento de insignificância frente ao Universo, descrito na linha inglesa.
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