sexta-feira, 3 de abril de 2020

Conversa com o arco-íris em fim de tarde




Hoje, pequenos desejos:
Menos desse medo 
Que me fere as mãos!
livre deste peso suave que viaja no ar
E fere a gente, secreto medo de respirar.

Esse medo que não pede ação:
Ao contrário, pede quietude,
Amiúde,
Tento acomodar.

Hoje, pequenos desejos:

Que as crianças voltem a ter medo só de bicho papão
Que eu possa sentar na varanda e declamar poemas 
E apenas deitar em minha rede, sabendo que os que me são caros
Seguem, seguros, pois cada um, é tão especial e raro...

Que a próxima prece  seja lá na beira rio
Depois que o mundo for, de um de seus demônios, curado
E que no próximo abril, esteja em meio ao luar, por onde for:
‘o devo em v, cabelo ao vento, amor e flor’

E este presente que deixa o lábio amargo
seja passado esquecido, riscado
E este medo seja tão logo sarado
- Tal qual  um pesadelo nos tempos de menina!

E o arco-íris, em pleno fim de tarde
Chega e relembra, coloridamente (Colorindo a mente)!
Que o sol  que agora está lá do outro lado, 
é estrela incandescente -  renasce!

Depois de um tempo nublado...


*Existem alguns estudos que têm avaliado a influência de fenômenos climáticos como chuva e sol, na transmissão do vírus corona. Por isso eu, que sou tão de tempo nublado, olho para o sol pela manhã e penso: Dracarys! ...para logo depois agradecer a chuvinha que cai, em tempos de abril, nos fins de tarde.

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