sábado, 14 de junho de 2025

Amazonas!


 

Posso rasgar a casca da ferida
Chorar, dolorida
A má água que jorraste em mim: 
é que eu sou Amazonas, querida

Rio de muita água doce para verter
Eu danço às luas cheias, 
Me derramo, se encho até a beira
Vivo de me derreter...

Posso doar em dobro
Qualquer coisa do que me tomaste
É que sou bambu sem aste
Eu vergo para me recompor...

Eu também danço e canto e celebro a vida
Que ainda que traga o susto do 'perceber'
Ensina o caminho que nos leva a aprender
e eu sigo ''tranquila como uma manhã de domingo''

Filha dos elementos
Eu sou água, suor do vento
E também o sal que tempera o paladar
E já sei dizer adeus sem alarde

(Esse poema já não arde ao se declamar...)


#

Depois de ler pela primeira vez 'Tudo é rio'', de Carla Madeira. Quem 'bebe' da literatura, vive de 'jorrar'...como é linda a nossa mãe-poema.


Nenhum comentário:

Postar um comentário