Não me coloquei à venda
Nem pela farinha do ócio
Nem pela manteiga do pão
Não fiz escárnio do sonho de ser gente
Sequer confio na socialização!
Não pago o preço da tua palma aberta
e nem preciso de afeição teatral
Não pego a vaga de indigente
Na tua representação desleal
Não finjo afetos, sigo no que acho certo
Pago para ver, dou a cara a tapa
Não tenho métrica para medir a alma
Desconheço o exato custo por me ser
De entender inutilidades
Faço mil anotações para desaprender...
Não, eu não mercantilizo nenhuma forma de amor ou prazer
Não cultuo o teu deus: o Poder.
E nem gasto saliva apenas para emitir som,
Dou à palavra o respeito à uma entidade mágica, fluída liberdade
Que voa, transmuta em borboleta
E dança no cio da primavera...
Volto todos os dias para a mesma casa: peito calmo, descanso
Esse campo sagrado de sonho e de bem-viver: águas de remanso.
O meu prato de cio sirvo à poesia do dia - limpo alimento.
E, por todo lado, a minha alegria
Está na 'dor e delícia' de ser quem eu sou...
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Porque eu sigo assim, os dias são mais leves...
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