sábado, 10 de outubro de 2020

Diálogos com o Universo




Eu queria ser apenas sol, como o canto de flor que mora dentro de mim.
Plácida e iluminada como o passarinho azul que me visita.
Eu queria ter todas as certezas na vida...
Mas então, será que eu SERIA
Ou a vida ME seria?
 
Sim, eu queria não ter um fantasma 
Fazendo peso em meu coração
Não ter medo do escuro, ou de ventania forte
Da solidão de ser gota logo após o corte
Mas então, como aprenderia
 
A beleza de ser meu próprio norte?
 
Eu queria ser simples, como essa gente que veio
Dentro de um lugar e a ele sabe pertencer
Queria apenas confiar, trabalhar e florescer
Longe, muito longe de tudo que me fez tão fraca
E devedora
 
Com a égide do pecado sem ser a pecadora...
 
Mas, então, será que descobriria
A beleza de amparar minhas sombras na luz de um outro coração?
E descobrir, que é de mais do que sangue
Que se faz um verdadeiro irmão...
 
Eu queria que houvesse um juiz, uma lei suprema
Alguma coisa que movesse o universo de forma tão funda e perfeita
Onde nada – nenhum mal – deixaria de ser regenerado
E mais do que vingança ou justiça – apenas retorno
 
E depois, sobre isso, sobreviesse
A lei da compaixão para todos os corações quebrados...
 
Então, olho para o céu.
 
Converso com ‘Ele’, que me faz entender
Que talvez existam coisas
Que eu nem preciso querer...
 
(O universo conspira e a vida faz acontecer)

 

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