sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Notas do Eterno Retorno Existencial



 I - Da morte

 
O mesmo mundo que leva uma canção
Deixa reverberar o sangue na mão do carrasco
Às vezes, é difícil compreender o compasso
O tempo do espaço e as escolhas do Universo
 
E no espaço reverso um antigo ditado ecoa: ‘tudo coopera para o bem’...
 
Mas,
 
É impossível esquecer que na máxima do equilibrista
Estar bêbado é um jeito de sonegar a estúpida realidade
O estado das coisas, o teatro obtuso
É... já disse Pessoa:  ‘tudo é absurdo’.
 
Dentro da química interação de quem somos
A acidez coopera para a dissolução
A soma de negativos totaliza positivos
Mas nem isso nos torna potencialmente mais vivos...
 
II - Do espaço do ser
 
Então...o que me faz existir, de verdade?
 
O riso in blue  de uma pequena flor
Um café da tarde regado de amor
Desaguar para recarregar de afetos
Pois mesmo um carrinho de mão pode levar flores ou dejetos...
 
O que me faz amar, de verdade?
 
Admira a ação!
 
Gostar de que são os meus afetos
Aqueles onde descanso quando o mundo é cão
Pois é fato que bem explicou Gil,
 ‘ o amor da gente é como um grão...’
 
III - Do Retorno
 
O jeito mais potente de nunca esquecer de ser gente
O antídoto ao veneno da indiferença:
A lágrima colhida, o abraço quente e a alma latente
Que sempre escorre na palma da mão em toda crença...
 
Sentir. Sentir. Sentir!
 
Tornar-se frágil e forte sem embrutecer
Deixar liberto o coração – máquina de afetos –
Para tecer com o próprio sangue delicados elos
E só assim descobrir então a fonte da essência do  ‘eterno’...
 
E de experienciar aquilo que sou
E repousar na palavra  ‘inconclusão’
No parir do poema
Surge um novo coração!
 
- Renasço...
 
 
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Nesse outubro eu morri, mas em novembro eu não morro, pois renasci de reler um amigo.
A literatura eterniza e une.
 
Luz!

sábado, 2 de novembro de 2024

Eu, que não acredito em Adeus




 Eu, 
Que não acredito em Adeus
Sigo, em par com os meus
Fincados de raiz no peito...

Eu, que raramente versifico perdas
Mas conheço de cor  a ritualística da dor 
Sei como é difícil sentir saudades
Esse silêncio tão preenchível pelo amor...

Que gosto de conversar com as nuvens 
Com o ar e os cheiros do Amazonas
Que penso que a presença é muito mais do que estar em carne viva
Mas sim, ter a latência ativa do ser e estar...

Eu,
Que não acredito em Adeus
Sigo em par com os meus
fincados de raiz no peito...

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