Universo
complexo, mundo disperso,
Tudo em que
toco seria o que realmente vejo?
Nem me
lembro da última vez em que não duvidei...
É que o
espelho me diz que do avesso é como a face se parece!
e que o rosto que ri na
imagem
É um tipo de
‘eu ao contrário’...
- Ou seria só miragem?
Então, por
que será que a gente cresce
Sem se
perceber ?...
Depois desta
constatação,
dei de olhar
desconfiada para o reflexo
Suspeito que
a qualquer hora, se moverá, per si
Alma que não
movi,identidade alheia a mim...
- Deves me achar
louca, bem sei.
E até confesso
que já cometi loucuras
Perco tempo
a entender cada ângulo de um quadrado
Há tanto cuidado,
pois, no cotidiano de espelhos quebrados
Tudo é avesso ou lado?
Será que fui
para o verso errado
Da última
vez em que te vi?
Será que num
outro unir de verbo
Onde mudei o
bater de minha asa
Tu ainda
estás em casa?
Será que não
estou dentro de um paradigma?
Ou existo num
tipo de estranho enigma?
Numa Matrix
onde nem mesmo percebo?
Presa em
metáforas,
feito ‘Alice, através do
espelho?’
* Por um detalhe no dia da minha despedida mais doida e doída (dar 'até breve' ao meu pai), sempre me perguntei se 'o bater de minhas asas' não poderia ter mudado esta despedida...
Com o passar dos (d)anos, muitos livros e até alguns filmes suscitaram questões parecidas...efeito borboleta, Donnie Darko, 'A dona da história', 'Feitiço no tempo', e principalmente "Alice através do espelho".
Este poema nasceu dessa dúvida, que vez ou outra me ocorre: onde estou é onde acho que estou? eu poderia ter feito algo para alterar um pedacinho sequer de algo? e se esse algo mudasse, quem será que eu seria agora? Será que em algum lugar, eu sou essa outra que eu poderia ser? quantas versões de mim eu poderia ter sido? ou sou?
Será que eu algum lugar 'eu sou'?
- é uma doideira existir. Suspeito.
Não note.
LUZ! :)
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