Não colho as pedras do caminho
Não coloco nos bolsos os recados não-dados
Nada é tempo perdido, nos ensinam moinhos
E mesmo a curva do caminho é um modo de girar a roda!
O dia dá espaço que se abre sob a a luz da aurora: Creia...
A vida é mesmo sempre agora.
Por isso,
Escolho colher o raio de luz
Sol da manhã...Dias amenos!
O tempo passa e sou cada vez mais afeita às coisas simples...
Abrigo minha imensidão e abro mão
Ajusto detalhes, amoldo o cotidiano
Respiro, sinto! E sigo,
Ainda que às avessas do meu (im)próprio plano...
Não entro mais em labirinto do que não é meu:
Cada um de nós é dono de seu próprio caos e luz
Deciframo-nos aos poucos, pois a paz é uma ciência
e não é sábio ser canibal do próprio eu...
Afinal, do barro ao nada
Não podemos brincar com o poder do fogo
- Quem o diga Prometeu!
Do auge ao declínio há sempre um caminho:
Tudo pode ser (des)aprendido.
Quanto a mim,
Entendi que a felicidade requer ajustes
Tal qual cumprir e curar dores do cotidiano
Mas, sem se apegar às perdas, pois no fim,
Elas constroem nossos ganhos...
E de ser assim...densa e suave
Movimento-me no espaço: partícula do todo!
Já não me devoro mais por externalidades
Coisas como ego, cobiça, vaidades...
Sigo responsável pelo eu ao espelho e seus defeitos
E confesso que ainda choro, pois é tão difícil desaprender!
Desfazer as marcas nos pés da longa caminhada
Requer vontade, bondade e compromisso com a jornada
Sigo assim:
Bem-aventuradamente inacabada
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