domingo, 7 de outubro de 2018

Poema Noturno



Quando criança,
Mirava a sombra das árvores
Brincava de contar estrelas
Descobria se ia chover no perfume do vento
E, incontáveis vezes

Dormi, olho de luar, pregado no céu...

É, à noite sinto saudades de ser menina,
Da inocência risonha de existir de forma simples
Do cotidiano pequeno e agitado, 
das casinhas de venezianas coloridas

E até da presença costumeira das fofoqueiras da esquina...

Num tempo assim, todo mundo tinha nome
Maldade quase não existia
A gente  corria por ai tão livre
E ainda pedia chopp fiado lá na dona Maria...

Para não apanhar da vida
Era só correr para o colo encantado de meu avô
Que resolvia tudo em um abraço
Ah! Saudade é amor que ficou...

(A bênção, Vô)

Ah! O vento sopra diferente à noite agora
Há um silêncio abismado, uma perda de encanto
Meus pés cansados sentem o peso da realidade
A noite traz o cheiro de concreto, gasolina 
e da fumaça impregnada na cidade...

É assustadora a madrugada que vem
O tempo corre como um vagão de trem sem rumo
O pio da coruja é só um lamento...
O coração está lento e difuso

(Sim, o medo é um tipo de demônio noturno)

E a esperança é um anjo, faz ninho, faz casa
Tem calma e o suave perfume da paz
ah! Se eu pudesse voltar à infância
libertar o medo de voar 

ter  novamente meu pequeno par de asas...




#

Para todas as nossas esperanças, um amanhã lindão.
Que a gente se liberte do pavor da intolerância e amanhã FAÇA LUZ, CLAREIE,NÃO DEIXE NADA NOS ABATER OU DESANIMAR.
Por todos os pequenos brasileirinhos que estão e os que virão. 
E por nós e nossos sonhos e esperanças. LIBERTE-SE! 
:)


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