terça-feira, 6 de maio de 2025

Modernidade Mórbida

 



Faces enumeradas – sem expressão
Vida que segue morna – Dissolução!
Sem solução, caminham os desvalidos
Sequiosos por circo e pão
Bestas-feras vigiados e entorpecidos:
Controlar e punir: Socialização!
Sob as luzes de ribalta a crueza mórbida
Encapa sonhos com ilusão
Capitalizando, uniformizando
Marcas e programas: formas de opressão!
E o sistema nos faz ‘livres’ - para escolher do que morrer
Cigarros,vícios,tédio:  Tudo à prateleira
Peça ao sommelier!

 #





“A tirania deixa o corpo livre e vai direto à alma” – Tocqueville.




*Publicado direto de 14.11.2014 para o agora, porque foi acessado e porque representa muito do que estamos vivenciando, no agora, quando estamos des/'confortavelmente entorpecidos' pelo absurdo das muitas formas de violência que nos alcançam de forma tão dolorosa e latente, ainda recentemente, neste nosso Amapá.

quarta-feira, 30 de abril de 2025

A Gentileza é um Super Poder! (Filosofia da Velha Boba)




Gosto muito da filosofia implícita que originou cada palavra de nossa língua materna. Penso que cada uma delas quer dizer muito mais do que simplesmente é...basta consultar sua história. Por exemplo, hoje é o dia nacional da Gentileza, uma das minhas palavras preferidas.
Gentileza é palavra oriunda do latim “Gen”, que significa conjunto de pessoas que possuem origem em comum, ou “Gentilis” , aqueles que são de mesma família ou clã. Assim, ser gentil é tratar como igual como igual, ou... ‘como gente’. A palavra tem também um antônimo em latim,  ‘gentios’, que significa ‘estrangeiro’.
O conceito evoluiu dentro deste contexto de honradez, com acepção mais ampla do que a mera cortesia (atos da corte). A cortesia é ato, fração externa da atitude. Gentileza é gesto, carícia  humana, parte essencial à formação de um bom caráter.
Portanto, para mim, é gentil quem tem gestos de bondade, de respeito e de proteção ao Universo individual que é ser humano. É gentil quem preza a honestidade, quem vive de acordo com que acredita, quem ama e dá amor como deseja ser amado, é gentil quem atravessa a vida sem ferir, tratando cada pessoa como a um familiar, na mais perfeita acepção que originou a palavra Gentilis.
Tratar com cordialidade é ato de boa educação. A cortesia é ato ‘gentio’, externa e estrangeira à pessoa. Tratar com gentileza é uma conduta...é, gentileza é mesmo uma lindeza de palavra. Sei também que, em um mundo tão complicado, onde o ego(ismo) impera, o conceito acaba por encolher. É uma pena.
Mas confesso que tenho sorte, pois nesse maravilhoso Universo, sei que desperto muito desse sentimento nas pessoas que sopram sua brisa sobre a minha vida. E, por justeza de caráter, é de mim fazer o mesmo, em um tipo de reciprocidade natural e feliz...é, sou uma velha boba mesmo. E gosto. 
Aliás, isso recordou que, há um tempo atrás, li um livro intitulado "O poder da Gentileza". A titulação trouxe a reflexão de que, se nós somos os heróis e os vilões desse imenso mundo, que nos cobra o exercício do contrário para sermos justos e corretos com a vida e com o outro, ser gentil é ter UM SUPER PODER, conferido pela Bondade.

E ter bondade, já dizia o Poeta...'é ter coragem'.

Que isso se multiplique sempre em nosso caminhar.

Viva a gentileza!

LUZ!


* Fonte: www.fontedaspalavras.blogspot.com.br

Republicado de 13.11.2018

terça-feira, 29 de abril de 2025

(Qualific)Ação!


 

Nem concretista, nem burocrata
Nem bossa nova, nem velha prata da casa
Nem melancolia, nem parnasianismo
Nem uma coisa, nem outra:

 Avida não explica nada, meu bem: 
Nem eu! - Movimento...

Mas...se quiseres saber,

Bora pegar em uma maçã, sentir o cheiro que vem dela
Vamos à repartição, dividir o tempo em querelas
Vamos tomar um porre, chorar um amazonas
Ou curtir a beleza na natureza

Vamos fazer tudo e viver o todo: Sentir o gosto
Perceber o Ser, deixar estar
Viver de verdade
Sem teorizar:  
Velejar que nem loucos,

Amazonas rumo ao mar...

Bora pichar um muro: fora todos!
Vamos chamar marcianos e brincar de redescobrir o Brasil
Quem sabe a gente invente um plano
E descubra um lugar menos hostil...

No final, somos todos não qualificáveis 
- quiçá, com res-salvas
Coisas que se perdem,
Coisas que ficam no meio do caminho

E aquelas que nos compõe:
Sim, do verbo 'cancionar'
Entre elos inexatos, simbora!
Vamos viver o verbo amar.

Vamos parar num hospício, dormir de conchinha
Tomar um banho de rio ou sentir o calor do asfalto
Gozar de um jeito novo  em cada coisa
Viver o possível: o profano e o sagrado

Perceber que o caos é bom: dele nasceu o planeta
Vê-se na primavera tímida que nasce, aqui no quintal
É tudo tão perfeito e tão inexplicável
Nem é mesmo tão saudável viver de perguntar

Não matematiza nada: os físicos do espaço
São os próprios astros.
Tem coisa mais perfeita?
Precisa de mais explicação?

Se quiser saber o que é calor, meu bem
Não pergunta, estende a mão...

Senta comigo na terra, acende tua luz na minha
Vamos procurar um farol
Beber o fim de tarde
Buscar a janta pelo nosso anzol...

Depois, na hora de explicar
Vamos comprovar à banca 
- Os donos da porra toda-
O quanto a vida é mesmo tão incrível

E a gente,  inqualificável.
Afinal, ninguém nos ensinou o roteiro
É tudo quântico 
E não quantificável!

#

P.s: Foi uma brincadeirinha, UNIVERSO. A gente é muito qualificável e aprovável ahiuhaiuhaiuhauihaiuhiauhaiu. A gente é muitooooooo A-PROVÁVEL!


p.s: Republicado de 23.20.2023, quando eu ousei brincar sobre a qualificação.rs.  
;)

segunda-feira, 28 de abril de 2025

In love!



Dizem que passa!
Que foge,
Dizem que é flor,
Semente e estrela.

Fogo, canção
E até um certo acelerar 
Do coração! 
Dizem que dói...

Eu, estrangeira de um país vizinho
Digo é saliva, suor
Riso, paixão e vinho,
E é também as pedras do caminho...

(Verso solto, sina, teimosia do destino!)

Dizem que bate da aorta
Que é erva de deixar a alma torta!
Dizem também que quando não mata,
engorda.

E dizem que é lição...
Mas, em meu coração
é sempre rima, poema
Soprar de bolhas de sabão!

Claridade, bênção 
emoção!

#

De ouvir um outro poema sobre o misterioso país do amor.
Republicado, pelas razões de sempre: foi acessado e gostei de relembrar que já vi/senti essa ternura.

sexta-feira, 25 de abril de 2025

Anatomia


 
Eu tenho tanta coisa dentro de mim
Que não sabia
Ossos, derme - Pitadas de ironia

Detalhes
Ensaios
Coisas que faço para sobreviver

Espaços inteiros
Para me reaprender...

Eu já fui tanta coisa
Que  não mais sei
As células se renovaram -  E levaram

O tesouro que guardei...

No meio dos achados e perdidos
Um corpo jaz(z) em pleno universo
- No descompasso aleatório, rumo do caos...

 Eu tenho tanta coisa dentro de mim
Que não sabia
Erros, acertos

- Goles inteiros, soluços de poesia

Silêncios certeiros, viradas de esquina
Marcaram a boca, cansaram os joelhos
É, o corpo não livrou

- Nem mesmo o 'eu' ao espelho.

#


Poema que veio de uma conversa com  Dudu sobre os ossos do corpo humano. Pois sim, eu tenho tanta coisa dentro de mim que não sabia. Ainda bem! :)


quinta-feira, 24 de abril de 2025

"Mínimo?"



Não me vejas partir de tua retina
meu sorriso quer te ter
Mas a vida ensina, é sina
precipita e faz chover...

Vais mesmo deixar-me  ir embora?
sem pedir ao trem-destino uma chance?
sigo adiante, sem demora
- e talvez saia do teu alcance-

Poema mínimo
- dois sem história pra contar?
linhas em desalinho:
Outro caminho ...outro luar!

 Então, é game over!
overdose silente, enganosa calmaria
veja como somos fortes! - evitamos sofrer: 
'sábios-idiotas' cobertos de covardia.

#


De 08.03.2012. => Esqueci deste poema e relembrei porque está no meu painel de acessos...ainda bem que o poema eterniza o poder  're/cor-dar'.

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Consumível




O meu tempo o vento consome
Nota, escorre a canção pela mão!
Passo e alinho o verbo ao infinito
Tento ser meu calor mais bonito...
E mesmo que, às vezes, erre o quinhão
É de afetos que mato minha fome!

  O resto é espaço....

                                        sede....

                                                                                        ilusão...! 
              

            
* Republicada de 2014, pois foi acessado e tenho pensado muito no conceito de flagrante e fragante: as coisa sólidas que, como disse Marx, se desmancham no ar...                       

quarta-feira, 16 de abril de 2025

Reconquista

                      


Dessa vez,
Não tirei tua escova do lugar
Nem joguei teu cheiro fora,
Saí inteira:

nem mesmo bati a porta.

Dessa vez,
Não jurei, não te odiei
Nem ofereci canções de desamor
Não senti medo quando o céu desabou

- A chuva linda, cheia de raios e trovões
em sua fúria natural, parecia redenção...-

Dessa vez,
O dia permaneceu no linear
Não briguei com as horas,
Nem mudei os móveis de lugar

Fiquei quieta, deixei a vida em seu próprio caminhar
se encaminhar...

Dessa vez,
Não usei os lenços da casa,
Nem revirei nos lençóis da cama
ou andei descabelada, de pijama....

...e Eu nem mesmo te avisei!

Em silêncio,
eu me reconquistei.


#

Depois de ver um episódio da segunda temporada de 'A coisa mais bonita', uma das melhores séries do país, produzidas na última década. Sobre ser mulher, ser gente e ser FORTE, sobre emancipação feminina, sobre reconquista, sobre o mundo, que deve girar em torno do primeiro amor...que é (em Cristo -na minha crença, e também...) o próprio.

O primeiro episódio da segunda temporada já diz a que veio, quando inicia com o  o poema do Vinicius , ' a mulher ideal', que  nas letras do  poeta  "tem que saber amar, saber sofrer pelo seu amor e ser só perdão'', e se desenvolve para levar à mensagem forte e maravilhosa de ''Vaca Profana'', do Caetano:


"Respeito muito minhas lágrimas
Ainda mais minha risada(...)
Vaca das divinas tetas
derrama o leite sobre a minha cara
e o leite mal na cara dos caretas..."

Que deixa aquele gosto maravilhoso na boca de: "Vai à merda com seu machismo"! 
Afinal, o machismo mata e destrói amores e pessoas.

* Republicada de Junho/2020, porque foi acessada e gosto desse poema.

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Eterno... Retorno!

 



Desde que acordei
Já deixei pra trás tanta coisa!
Meu sonho esquecido da noite anterior,
A beleza da lua passada,
E até um belo par de asas…

É que o tempo cria demônios
Redemoinhos e tufões
E leva embora tudo que somos – efemeridade
Para trazer, com o mo do mundo,
Novas partículas de segundo.

Por isso, adeus, adeus!
Mas é sempre até breve…
Pois na curva do arco-íris
O amor (mágica infinita)
Em si, repete.

O vento que fez a curva,
Girou a roda do universo
voltou no dobrar da esquina,
arejou certezas,
e hoje dança com as cortinas…

#



* Republicado.
Somos Luz e ação que câmeras não alcançam.
Existir é mesmo muito raro.
<3

quinta-feira, 27 de março de 2025

Vem




 Chega a qualquer hora
Na minha agenda bagunçada
Cura minha mania de casa toda arrumada
Eu ando com saudade da desordem aleatória de apaixonar...

Cumpre a tua agenda ou desmarca a tua escala
Só pra me amar no escuro da sacada
A noite é uma adolescente vadia que fugiu de casa
E vai amanhecer em frente ao Amazonas, toda alvoroçada

Vem, bagunça logo a porra toda
De um jeito todo tonto eu digo que dou conta
De tão encontrada, vai ser bom perder um pouco do juízo
No céu da tua boca encontrar um pedaço do meu paraíso

Ninguém tá pronto e a vida não é mesmo coisa muito ajustada
A gente não sabe mesmo nada de quase tudo
E no fundo, depois de um tempo,
Nem faz questão de saber...

Só vem, que eu quero me desaprender...



#

Ahhhhhhhhhhhh <3 


Desaprendi de tanta coisa desde que te amei


Eu já não brinco de amarelinha pra chegar ao céu 
Já não encho a boca com balas de açúcar 
Feitas a granel
Já não chamo meus pais e peço para dormir segura após um pesadelo

E guio meus passos na cidade
Feito fêmea, em busca do teu cheiro...

Que vaidade tola essa
A de te querer aos meus pés
Sem te querer ao meu lado
Que medo mais tolo esse

- O da recusa a ser vulnerável -

'Os tempos são líquidos '
- eu te digo, benzinho...
E tu te derretes bem devagarinho -pleno e equatorial
Quente tempestade pelo meu quintal.

Eu desaprendi tanta coisa desde que te amei:

Já não arrumo mais o abecedário
Aceito borboletas no aquário
E não peço explicação ou previsão 
Gosto quando chegas 5min após o SMS,

- sem nenhuma explicação-

Todo apaixonado, como se soubesses 
antes mesmo de eu saber o quanto tu me fazes falta
Sou tão tola (im)pura e passional 
- Sei de quase nada!
 
E do pouco que eu sabia antes de te receber
Ah! Desaprendi de tanta coisa desde que te amei...
                                                                                     



#



 *Registro o furto escancarado da experiência alheia. O poema quis nascer, mas a poeta não queria parir às 00h30, porque a lua não dorme, mas a Jaci que mora na lua precisa de 8hrs de sono de qualidade, rs.

No mais: Apaixonem-se mais, vocês, que me confidenciam afetos. 

É LINDO DE SENTIR!

<3

segunda-feira, 24 de março de 2025

Madame




 O melhor ângulo para o trejeito mais afetado (Que adequado_):
Madame precisa do espelho para se sentir menos desagradável.
O melhor close, seguida do melhor closet: 
tudo tão palatável!

Segue-se o baile da imagem! - Madame precisa do espelho
Para esconder a própria mediocridade.

Madame precisa de qualquer pedaço de vida
Sua inimiga mortal é qualquer desconhecida  
Madame é 'o horror das inimiga' (tsc...não me diga)
E segue, vazia e aflita.

Na certidão de nascimento, sua origem,  o patriarcado
Por todo lado segue orgulhoso
Madame segue o roteiro falho
De seguir, distópica e aflita

'o terror das inimiga

Madame nem sabe - (Seria isso bom ou  trágico?)
Mas é o espelho de nossa fragilização
O motivo pelo qual o mundo segue o roteiro violento
Da desunião

 - Mas vai aos domingos pedir proteção
(Ao seu modelo de civilização?)

#

Não é do meu feitio promover qualquer tipo de hostilidade entre mulheres, afinal...a vida já faz isso por si. Mas esse poema nasceu de uma situação muito particular e é um alerta.

Cuidemos bem dos nossos corações e dos demais...

sexta-feira, 21 de março de 2025

Genêsis*

 


Depois dos livros e jardim
Veio o sofá e a geladeira
Os móveis e as prateleiras
Lençóis, panos de prato...

Depois do quarto-sala
Veio closet e área para passeio
Da lavanda à colônia de cheiro
24h ligada às caminhadas às seis...

Depois da exclamação 
Veio a interrogação ao espelho
O  batom, o cabelo vermelho
A carteira de motorista!

A highway, a pista...    
 
Depois de um tempo, ficou a interrogação 
A procura por alguma explicação 
As rotas desencontradas
Roupas na mochila amassadas...

Depois do espaço, veio a Flor...
- E meu coração transbordou! -
Sem nenhuma explicação...
...e depois dela, veio o "Eu"

Preenchida do amor de Deus...

#


* Esse poema é sobre meu LAR, que se iniciou como uma casa, mas que, como toda construção, hoje é o lugar onde habita a minha família. O poema tem doses de anacronia, mas uma boa sintonia com o que o coração sentiu...

*A arte inspira e este poema tem claras referências a um sentido que senti/percebi  de um poema da Larinha Utzig, no livro "Disforia de Genêsis''.

terça-feira, 11 de março de 2025

romA (Por Edu Monteiro_)

 



Caro coração de vidro, 
Por que você é assim?
Tão delicado e sensível
Por que, quando recebe amor, ilumina
Para que todos sejam visíveis
Mas, ao quebrar, junta caco a caco em mutismo?
E, ainda assim, você nunca perde o juízo.

Qual é a razão de tudo isso?


#

E esse lindo poema foi feito por um coração que é um vitral, de tão lindo... e a publicação foi  permitida, gentilmente, à este espaço.
E que lindezaaaaa de adoçar a alma!


sábado, 8 de março de 2025

Ouroboros!




Letreiros, paralelas:
Linhas incertas, velhas novidades no jornal das seis
O tempo é mesmo um velho burguês:
Vende espaço para lucrar vida

Engole nossas cores nesses dias cinzas...

Tanta liquidez e tanta sede!
Robinson Crusoé  e Bauman entenderiam
Muitos ajustes convenientes
A fumaça no céu apaga estrelas cadentes...

Os dias correm e parecem brincar comigo
cada um nas linhas de um (im)próprio esconderijo
E eu não sou boa com labirintos:
Para decifrar, devoro-me...

É tudo culpa da disritmia
- Sempre dancei fora do tom, confesso
Cada vez que pensei entender, desfiz da realidade um elo
É falta de jeito, eu sei...

A vontade é tanta de calor humano real!
Mas, minha nau é pequena demais para tanto espaço
Só reconheço a métrica da rima formada
Por um bom abraço...

E nesse percalço, Ouroboros:
Letreiros, paralelas:
Linhas incertas
Velhas novidades no jornal das seis...

#