terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Recado à gerência




‘Justo a mim coube me ser!’*
Mas, que péssima gerente!
Que tipo de gente
Colocou-me em minhas mãos?
Se sou poesia sem rima
Em alguma perdida canção?

Sou louca, equilibro taças de vinho
Pelos livros que tropeçam
Em meu caminho
E amo como poetas ou trouxas
Sou o avesso do avesso
Um tipo estranho de louça...

Sine cera...escultura frágil
Que tropeçou
Em sua própria intensidade
Uma lua chuvosa, introspectiva
Que tem suas fases de luz
Seu próprio blues  e tempestade...

Mas, não sei me ser diferente
 aquietar é sempre  silêncio demais!
E eis, que a poesia me rasga em mil
Entontece e embriaga, é voraz!
Enche de álcool, desassossega a alma
... Não me deixa em paz ! #

*Porque madrugada adentro,uma insônia levou a um livro, mudei o roteiro e tomei  vinho ao invés de leite,chá ou suco.  Ô grande gerente do universo, cuide de tudo por nós, porque o senhor é melhor nessa coisa de conduzir,não é? ;)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Pedido de Natal ( Em verso e Prosa)


Papai Noel!
Embala o berço de Jesus Menino?
Que é tão bonito presenciar
Ver a alma mais perfeita
Que já existiu se acalentar...

Monte uma árvore
Presenteie, dê-lhe um louvor!
Mas, em forma de amor
Pois ele não é vaidoso
Quer apenas estar conosco...

São Nicolau,
Contempla a luz de Davi!
Tão pequenino, nasceu , é Natal!
Pega tua charrete do mais longo frio
traz Jesus aqui, pro meu quintal...

Que, pequeno, tem flores silvestres
Lugar seguro para suas vestes!
Vamos cuidar do príncipe-menino
Embalar sua cadência
Morar no jardim da inocência...

Papai Noel! Um pedido a mais!
Pergunta-lhe dos seus sonhos
Seus mais puros planos de felicidade
Deixa que seja risonho e real
Contemple a beleza de sua humanidade...


#

Meu amigo! Que você tenha dias felizes, que entre em mais lares que o habitual, que alcance mais corações, mas que também ria de uma piadinha suja, passeie em uma noite enluarada (será que já ouviu Belchior, Chico, Cartola, João Gilberto,João Bosco, Toquinho, Jobim?...Acho que sim, dizem que seu pai é brasileiro! tem mais gente aí, quem sabe você os ouça pessoalmente). Que roube a charrete de papai noel, como adolescente, que voe desgovernadamente pelo céu, que sorria, que pegue alguma de suas Marias - a mãe ou...amiga-  e saia para ver uma cantata, não por vaidade, mas porque é lindo olhar tanta esperança e luz, tua semente mais florida.
Que seja um pouco humano, para ser ainda assim, tão lindo, tão possível. Eu sei que o sorriso e o amor são suas vestes ! que elas te sirvam, não por egoísmo, mas por exercício de sentir.Vem me visitar, qualquer dia! Se puder. Quero te abraçar e agradecer, mostrar umas flores no jardim, uma ou outra estrela pela qual converso contigo, te mostrar uns livros que gosto...e te ouvir um pouco, porque sempre és um lindo conselheiro. Sei que tem muitas pessoas bacanas em nossa cidade para conversares e que, diferente de mim,és popular e chapa de muitas pessoas,  que ficas à vontade em multidões, então, fica o convide, meu amigo. Mas, se não puderes vir, porque nessa época, os compromissos sociais são muitos, pode vir qualquer outro dia, sem tanta luz ou pompa, que aqui a casa tá sempre à tua espera, cheia dessa coisa bonita chamada fé. Arde o tempo inteiro! 
E ó: Nada de cruz! abraço de mãe, colo de pai, sorriso de criança, passeio com para contemplar a estrela de Davi...diversão e sorrisos! 

=)


Sobre o Universo, Bilac e Belchior...

...e uma alma enternecida por ser contemplativa.

"Ora, direis: Ouvir estrelas?
Certo perdeste o senso! - Eu vos direi, no entanto...




...enquanto houver espaço,corpo, tempo e algum modo de dizer não, eu canto!"




Hora de ver a estrela-sol ( que não é minha estrela favorita,rs).

=)




Mais!



Sou jardim em sol de equador
Flor que resiste à temporais
Sou medos abissais
E, ainda mais...amor!

Inteireza que guerreia com o mundo
E não espera amanhã para sorrir
Mas não se furta de entristecer
Sentir a vida alucinar e comover...

Mas não sou ainda tanta coisa!
Sonho, dou as mãos ao tempo
Aceito que a limitação
é coisa muito humana, de momento...

Sou dia  nublado, com raios de sol...
E descoberta curiosa, grata por viver
Sou aluna desajeitada, irregular
...mas sempre capaz de aprender! #


sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Reza Pagã



Mãe, acende a luz
Que tenho medo...
Aquece a noite com tua paz!
Conta o seu segredo...

Ó, bruxa-mãe!
Feiticeira,tempo!
Dona das marés
E até do vento...

Mostra, diz a todos
Que o amor...é tanto!
Que, de tão estranho
é o elixir dos loucos ...

Engole  o tique-taque! 
Explica o antinatural
De ser tão frágil e  efêmera
e abrigar o  imortal? ....#

Uma reza esquisita, 'como quase tudo na vida'. 
 =)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Morada



Passos sós
São os meus
Pela estrada...
Acolhi a solidão
Por  (na)morada.

Junto a ela
Sou letra sem rima
E uma canção rouca
Que escorre!
Ganha o céu da boca.

Medo e coragem
Tanto amor na bagagem!
São a força e as vestes
Que,  incontestes
Pintam a paisagem...

Sonhos loucos
são do que me enfeito
Meu coração é  poesia!
E só resiste à vida
Deste jeito... #



Porque a(dor)mecer  é com poesia. 
Viver é com poesia.



quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Furacão




Esse furacão!
Sonhos e confusão
Alma densa e líquida
Escorrendo pela palma da mão

Esses olhos que só sabem
Olhar para o céu e contemplar o luar
E  crê no desconhecido
Sabor de ser e encontrar um lar...

Esse bicho leal, que à pele rasga
Que não sabe vestir máscaras
E vê ternura neste mundo hostil
Que se recusa a embrutecer
E ter um coração sombrio...

Essa vontade louca, inconteste
De trilhar o caminho da calmaria
Esse turbilhão que emana calor
Aquece o peito e ama sem pudor!

Esse furacão!
Que encontra guerra e abrigo
Dentro da sua própria solidão
Que  não abre mão de descobrir e  ser
...esse botão que ainda não sabe florescer....#

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Tentativa




Tentei matar!
Essa chama bruta
Essa dama cheia de emoção
Essa lua avariada, louca
Dentro de meu coração...

Tentei ser mais calma,
Mais plácida, menos abissal
A mais mortal das humanas
O mais normal dos bichos
O ser mais racional!

Remei contra a correnteza
De ser carne que sangra e sente
Que escreve poesias às madrugadas
E tem o peito inquieto, ardente
E alma deslumbrada, inexata...

Rasguei poemas para baixo do colchão
Queimei a chuva e afoguei a ilusão
Pedi aos céus  outro modo de me ser
Que tornasse e fizesse mais estática
Qualquer coisa mais clara!

Mas, que tolice! – A lua,imperiosa, disse:
Madrugada, acenderei a escuridão
Escreverei no céu da vida com tua mão
Pois cedo salvei a alma da menina
E agora, poesia é sua sina...

 #


Um amor chamado...poesia.
A mãe da canção e a filha do amor.
Meu alimento! 

A lua não dorme!


Lua escandalosamente ardente!
Que não cessa de queimar
Incendeia medos, viram poemas!
Jeito mais sutil de transbordar...


Nunca apenas metade
Sempre em fases tão plurais
A desvendar internas teorias
Amor e medos abissais!

À noite, dama do céu
Companhia de um manto estrelado
Sempre latente a pulsar
Esplendor que sabe derramar...

Sutil, tão sutil! 
Face delicada a refletir o sol
Apenas uma entre tantas do universo!
... Eterna guardiã destes versos! #


Para uma lua que fez falta!  parte de mim que respeita à minha necessidade de ludicidade e inteireza.
Para uma lua que sempre salvou meus dias,minhas madrugadas, os sonhos que os livros me trouxeram. 
Para uma lua que, mesmo quando era apenas um projeto, desenhado,rabiscado em páginas de caderno, há alguns anos atrás...já existia dentro de mim.


Porque poesia não dorme! Passeia pela vida.

domingo, 13 de setembro de 2015

(Tamanho)



Ainda não caibo
E talvez não encaixe em canto algum!
Sigo a vida
Entranhamente estranha..

É solitário,(só) eu sei.
Mas vou te contar...
Foi, a chuva me contou um dia
Que desaguou para o mar
Pois no céu já não cabia...

E a flor saiu da semente
Pois a estação
é o agir do tempo
E o tempo muda a gente...

E 'lugar' não é conceito igual
Em ponto ou espaço algum
Veja, é tão plural!
Mesmo estrelas se movem no espaço
Nada é senso comum...#




domingo, 6 de setembro de 2015

Navegante


Dentro de meu coração
Mora um rio...
Tranquilo...revolto
De marés abstratas 
a brincar com o vento...

Navego-me.

Quanta correnteza habita?
A todo instante: vazante e preamar
Um riso, uma lágrima contida
Tanta já vertida! 
Quanto ainda há?...

Por horas o vento enamora de mim
Penso que desaguarei, sou mar
Num tipo de ritual sem fim
De onde a vida habita e se transforma
E pelo sal, renova...

Navego-me.










sábado, 5 de setembro de 2015

Confissão



Sabe,

Existe um abraço que eu não te dei...
Um sorriso que não guardei
E uma bênção que se ausenta
No bom dia matinal...
É que saudade não sai no jornal
Como não mais as paisagens
Que tu contemplaste...

Sabe,

Existem coisas que não te contei
Das ausências que moram aqui:
Saudade de  ver
 teu cabelo cair, rarear, embranquecer
Os anos mudarem a face tua
Ou mesmo só passear pela orla
Tomar um sorvete e contemplar a lua...

Sabe,

Às vezes  esqueço que não tem como chegar
Pego o carro e corro para o CCA
E olho, distante...tento encontrar
Qualquer detalhe a mais nas paralelas da vida
Um milagre, descuido no tempo-espaço
Que me permitam  sair do poema

Atravessar e pedir para chamar  o Prof. Vilhena...#

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Confecção


Por muita delicadeza,
Nasci poeta.
Mãos, olhos e alma deslumbradas...
Contemplo noites enluaradas!
Tenho a ternura e um furacão (Que dão as mãos)
Caminham comigo pela estrada...

Se algo me dói,
Choro em verso meus moinhos
Eles calçam a estrada que chamo de caminho...
Mas...O que me fala essa folha em branco
Essas rimas soltas? Essas letras...
O que elas sabem do bater do coração?...

Esse coração que só sabe ser
E desajeitadamente tenta...
Não se arrebentar...bater, sem machucar!
Ha! alma de menina que tateia
E costura a carne de sua própria sorte 
às vezes erra o viés e faz um corte...#





sábado, 8 de agosto de 2015

Poesia




Pacto com a lua
Feiticeira, mestiça!
Lunática, esquisita
Sempre a questionar a ordem...

Fragmentada, anacrônica
Desregulada  e sutil
Imperiosa e febril
Calor de sol!

E ai de quem questione
E tente regular o alfabeto
Ela não respeita o concreto:

Um brinde, poesia!

sexta-feira, 10 de julho de 2015

A pintura


Reinventar!
Todo mundo quer colorir
Seu próprio lar...
No espaço em que habita alma
Cada um compõe
Sua própria loucura e calma...

Perdoar!
Reformar os amassados
Dá-los nome de ‘passado’
 E brindar-se de com o presente:
(Peito, vida)  Quente!

Ha! Vida...
Como é doce o balançar da maré
Vivenciar o frio, conhecer a ternura
Perceber o segredo e a beleza:
Amar cura amargura...

E com o farfalhar do tempo
 As folhas são sopradas do quintal
Que, num balançar suave
Pacientemente aprimora, modifica

O espaço em que o amor habita...#

terça-feira, 19 de maio de 2015

Naldo Maranhão e o coração de Mercearia...

...na canção "Feira Maluca".


Mercador!

Minha alma de mercador
Só troca afeto contigo, moreno
Porque é pleno
Este querer e o nosso encontro...

E agora, todos os  dias
têm um frio e um calor na barriga
Coisas da paixão que corre em mim 
deságua dentro do teu coração...

No laço mais maluco
forte e irracional
Na coisa mais estranha...entranha
Não vejo começou ou final...#





"Pois sem você
Não há sentido (...)
Minha paixão percorre os quatro cantos
Desta feira maluca
Onde se vende, se troca e se dá"




Feliz dois anos e feliz sempre, porque antes de te encontrar eu já te conhecia. <3

sexta-feira, 27 de março de 2015

Composição!


Cada um compõe seu próprio mar
Sua lagoa de sonhos, rio de fluências
E o próprio céu de cadências e cedências...
Que brilhará sob o olhar!

E a cada passo do caminhar
Algo mais se pinta sob o viver
Planta o que se pode
E o que se haverá por colher...

Que tenho eu com o céu alheio?
O desemaranhar dos laços do destino
Conta que cada ser é um território
País a escolher seu próprio hino...

Como me saberei juiz do outro?
Se a alma se constrói aos poucos
Invenção do mais fino poeta

... Que dizem ser o pai dos loucos! #

terça-feira, 3 de março de 2015

Viagem!



Entre o talento o tormento
Mil enlouqueceram!
Tantos outros se perderam
Por então, se encontrar...

E todo mundo tem um conto
Pra contar
De seu próprio brilho e dor
E os absurdos de viver sem ter pudor...

E há quem suba no barco do supremo risco:
Navegar pelas águas imprevisíveis
Da alma e do sabor alheio
Para encontrar a própria face no espelho...

E tudo é descoberta: Eureka!
E o instante afrente é seguir viagem!
Pois a única certeza do caminho
 é a passagem...#

segunda-feira, 2 de março de 2015

Um dia!



Talvez precises de um instante:
Talvez precises de mais tempo
Nem tudo nasce pré-moldado: 
As nuances da poeira mudam com o vento...

E passam estações e verbos
Até que sintas o verso
Correr na veia e contar em um segundo
Que alguém adentrou no seu mundo...

E nele acresceu, juntou-se à estrutura
Enlouqueceu a vida para serenar
- Quem disse que amar é só cura?
às vezes é preciso  alucinar...

E nos olhos, no sorriso alheio
Moldar pedaços seus com a mão
Encontrar retalhos de pele
Por dentro da sua emoção...#

Foi um lindo plano, Sr.Presidente!

E agora, José?

Das tripas ao coração, você tenta!

Engolir as mesmas notícias, mais parecidas com as distopias Kafkianas que com o que pensamos ser a realidade. 
Todo dia o jornal bate à porta, para contar que está pior, cada um com suas 'bandeiras'...nem tão ideológicas assim. 
A ditadura é a corrupção, essa vilã de muitas faces, de uma violência muda, que mata e tortura sem anistiar ninguém, pois poucos culpados se vê. O nosso partido, Cazuza já contou: é o coração partido.

Das tripas ao coração (partido), 'você é duro, José!' 

E tenta. E tentar já é muito! há quem tenha desistido, entrado no 'ritmo', encontrado um 'jeitinho' de sobreviver e desculpar a si mesmo por auxiliar as coisas a serem como são. Mas, sem querer, auxiliamos. Sem querer, a gente cumpre o horário de verão, o rodízio, os impostos e toda a vil sacanagem do que não chega aonde deveria. E a pobreza cresce, e tão sutilmente que é suave o veneno que engole classes e distribui tudo em uma única simbologia: O capital.

Ha, a ' a gente não sabemos escolher presidente'!  E agora, José ?

E irônico e desolador é que o nosso executivo atual tenha vindo de um partido de base do que chamávamos 'esquerda' nesse nosso país, a oposição que enfim, ganhou voz, na forma de um operário que chegou ao poder. Podia, enfim...ser eu, ser você, ser qualquer um na multidão! Não mais filhos das super produções financeiras: Filósofos, Sociólogos, ricos a reproduzir 'o modelo' ...
E se o modelo é tomado emprestado e nós perdemos a fé em alguma direção...e agora?


"E agora, José ?
você que é sem nome, 
que zomba dos outros, 
Você que faz versos
que ama e protesta..."